Nos primeiros contratos de negociação, soja, trigo e milho caíram de 3,5% a 6,2% no dia.
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Os preços dos produtos agrícolas desabaram no mercado internacional nesta terça-feira (12). O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou o relatório mensal de oferta e demanda, e ele veio pior do que o mercado esperava, o que ajudou a intensificar as quedas.
Em Chicago, o primeiro contrato da soja caiu 3,5%; o do milho, 6,2%; e o do trigo, 5%. Já em Nova York, o café recuou 3,3%; o algodão, 4,2%; e o açúcar, 1%.
Mas Daniele Siqueira, analista da AgRural, atribui essa queda basicamente ao mercado financeiro. As indicações de áreas e de produção já estavam dadas nos números do final do mês passado do Usda. Com isso, os fundos de investimentos já vinham saindo de suas posições.
Para ratificar o envolvimento dos fundos nessa queda, Daniele cita o milho, que, mesmo sem grandes mudanças nos números do Usda, recuou 6,8% no contrato de dezembro.
Um dos pontos de demanda, entre os fatores que poderiam influenciar a demanda, seria a queda das importações chinesas. As compras de soja do país asiático na safra 2021/22 (de outubro a setembro) devem recuar para 90 milhões de toneladas. As do período 2022/23 caem para 98 milhões.
Os números desta terça-feira do Usda indicam estoques finais de 6,3 milhões e toneladas da oleaginosa nos Estados Unidos no final da safra 2022/23, um volume 18% inferior ao divulgado anteriormente, mas acima do que o mercado previa.
Daniele diz que, além da atuação do mercado financeiro, o mercado climático também vai pesar muito nas próximas semanas neste setor. Ele vai definir a produtividade das lavouras (Folha de S.Paulo, 13/7/22)