Novas tecnologias ajudarão agronegócio no aumento da oferta de alimentos
O aumento da população global e o crescimento da renda nos países emergentes levarão a uma maior demanda por alimentos nos próximos anos. Nesse sentido, o sucesso do setor de agronegócio dependerá cada vez mais da utilização de novas tecnologias, informa a Moody's, em relatório.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostra que, nas próximas três décadas, a produção agrícola terá de crescer cerca de 70% para atender a demanda projetada. Produtores de bens alimentícios, fornecedores de insumos agrícolas e traders de commodities agrícolas devem se beneficiar deste aumento na demanda.
No entanto, as terras agrícolas disponíveis para o plantio são limitadas. Além disso, segundo a Moody's, a expansão de terras para agricultura torna-se cada vez mais inviável em virtude de regulações e outras diretrizes que buscam evitar novos desflorestamentos, garantir a conservação do solo e proteger a biodiversidade.
"Tecnologias que aumentem a produção por hectare, em terras já cultivadas, serão fundamentais. E as agroindústrias que mais se beneficiarão do aumento da demanda por alimentos serão aquelas que melhor aproveitarem as novas tecnologias para ganhar eficiência de escala, ao mesmo tempo em que administram desafios como o maior escrutínio sobre segurança alimentar, incertezas em relação ao comércio global e clima extremo", diz o vice-presidente sênior da Moody's, Gersan Zurita.
Novas tecnologias (de veículos autônomos passando por biotecnologia e blockchain) podem contribuir com maior produtividade, eficiência de custos e também com o cultivo sustentável de terras. "A sustentabilidade será uma consideração cada vez mais presente para produtores agrícolas", afirma Zurita.
Em relação à sustentabilidade, a Moody's observa que o agronegócio enfrentará riscos por causa da mudança climática. Isto inclui o impacto de eventos climáticos adversos bem como as consequências de tendências mais lentas, como o aumento dos níveis dos oceanos e das temperaturas. Os pecuaristas, por exemplo, consomem quantidade de água considerável por quilo de carne produzida e, portanto, estão expostos às secas. Além disso, o setor agrícola é um grande contribuinte das emissões globais de carbono e estará suscetível à pressão para cumprir com as diretrizes internacionais sobre emissões (Broadcast, 3/5/18)