Novembro:Custos de produção de suínos e de frangos de corte voltam a subir
Os custos mensais de produção de suínos e de frangos de corte calculados pela CIAS, a Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa (www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias) tiveram alta em novembro. O ICPSuíno/Embrapa aumentou 2,05%, e fechou em 198,98 pontos, fechando o quarto mês seguido com elevação nos índices. Já o ICPFrango/Embrapa encerrou o 11º mês de ano com elevação um pouco menor, de 0,73%, mas suficiente para inflacionar os custos de produção, chegando aos 184,51 pontos. Com o aumento nos ICPs, o custo de produção do quilo de suíno vivo em ciclo completo em Santa Catarina passou de R$ 3,41 em outubro para R$ 3,48. Já o custo de produção de frango de corte no Paraná passou de R$ 2,37 para R$ 2,38 por quilo vivo em novembro.
Segundo o analista de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves, Ari Jarbas Sandi, as variações obtidas nos índices de custos de produção são reflexo das relações entre as quantidades de insumos e fatores utilizados na produção de frangos e de suínos com os respectivos coeficientes zootécnicos e preços de mercado, e podem, de alguma forma, influenciar o grau de competitividade das organizações agroindustriais. “O termo ‘competitividade’ tem sido muito utilizado pelas organizações públicas e privadas atuantes em cadeias produtivas longas, como as de produção de carnes de frango e de suínos, que requerem, além de competência técnica e de gestão, políticas capazes de minimizar desajustes administrativos, ambientais, jurídicos e comerciais para garantir o adequado abastecimento da cadeia de suprimentos de bens de consumo”, diz.
“Por que relacionar competitividade com os Índices de Custos de Produção de novembro 2017? Porque o elo de produção primária em ambas as cadeias produtivas depende da quantidade, dos preços, da produção e do mercado de insumos e fatores de produção chave como, por exemplo, mão de obra qualificada (afetada pelos níveis salariais pagos aos trabalhadores), infraestrutura de construções e equipamentos ajustada para que os animais expressem o seu melhor desempenho produtivo (afetado pelo potencial genético dos animais associado ao fornecimento de rações balanceadas e de alta qualidade e ao manejo e à ambiência dos galpões de produção), energia elétrica (de preferência acessível, abundante e econômica), substratos para a calefação dos ambientes produtivos (lenha, cavaco de lenha, briquete, GLP), substratos para acomodar e proporcionar bem estar aos animais (palha, cepilho, maravalha e serragem de madeira), veículos de transporte adequados à exigências de bem estar de cada espécie e insumos de uso veterinário de qualidade”, explica o analista, mostrando que esses fatores e insumos de produção são afetados diretamente pela competitividade das empresas e das organizações adjacentes.
O ICPSuíno em novembro foi influenciado pelo acréscimo no preço de mercado dos insumos que constituem as rações (nutrição), especialmente o milho. “Este cereal teve o preço aumentado em 3,06% em relação ao mês anterior. O farelo de soja também aumentou consideravelmente em Santa Catarina, passando de R$ 1.170 por tonelada em outubro para R$ 1.200 por tonelada em novembro. Um acréscimo de 2,56%”, diz Sandi. Como resultado do aumento nos preços destes insumos, o ICPSuíno/Embrapa se aproxima do resultado obtido em fevereiro de 2017, quando chegou a 201,40 pontos percentuais.
Já para o ICPFrango/Embrapa esse aumento foi mais comedido. “O ICPFrango é calculado a partir dos resultados de custos de produção para aviário tipo climatizado em pressão positiva no Paraná, estado que mais produz carne de frango no Brasil, com 4,11 milhões de toneladas (www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/estatisticas/frangos/brasil) e também um grande produtor de milho, que somadas a primeira e segunda safra 2016/2017, chega-se a 17,838 milhões de toneladas, mantendo a segunda posição no ranking nacional. Ao traçar um paralelo com a produção catarinense de milho, cujos preços de mercado são utilizados para calcular o ICPSuíno para a produção de suínos em sistema tipo ciclo completo, a produção paranaense supera em 446,64% a produção catarinense”, continua o analista da Embrapa.
“O Paraná fornece milho suficiente para abastecer as cadeias produtivas de frangos de corte e de suínos e, se não bastasse isto, o setor produtivo destas carnes ocupa posição estratégica na geografia paranaense. Se o Paraná precisar de grãos além do que produz, para fornecer às cadeias produtivas das carnes citadas, ele está próximo do Mato Grosso do Sul, terceiro maior produtor nacional de milho e logisticamente muito mais próximo das indústrias de rações situadas no Paraná do que aquelas situadas em Santa Catarina. Além disso, o Paraná faz fronteira com outros dois países igualmente estratégicos para o fornecimento de insumos à produção, o Paraguai e a Argentina”, diz Sandi. Para escoar a produção de carnes produzidas nas regiões Sudoeste, Oeste e Norte, as agroindústrias paranaenses têm acesso a duas rodovias federais e uma ferrovia importantíssimas que acessam o mercado externo através do porto de Paranaguá, e três rodovias federais que acessam o maior consumidor de carnes do mercado interno, o estado de São Paulo”, explica.
Apesar de mais um mês de aumento, os custos de produção ainda acumulam queda no ano. O ICP/Frango está em -12,44% e o ICP/Suíno em -9,38% (Assessoria de Comunicação, 18/12/17)