25/10/2024

O alento para o plantio da soja no Centro-Oeste;impactos no milho safrinha

O alento para o plantio da soja no Centro-Oeste;impactos no milho safrinha

Apesar da retomada das chuvas, produtor de Rio Verde, espera plantar uma menor área com milho pelo atraso da safra de soja. Foto Stockcom niromaks

 

Por Pasquale Augusto

 

O ciclo 2024/2025 tem sido marcado por desafios para os produtores de soja. Além das menores margens, pelo preço achatado das commodities, os produtores enfrentam a maior seca da história do Brasil.

Mesmo com esse cenário, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em sua primeira estimativa, projetou o novo ciclo da oleaginosa em 166 milhões de toneladas, um crescimento de 12,7% frente à safra anterior marcada por uma quebra em função do clima adverso, principalmente em Mato Grosso.

No Centro-Oeste, a retomada dos acumulados em algumas áreas deu fôlego para que uma parte dos produtores avançassem com o plantio da soja. Segundo a AgRural, o plantio da oleaginosa no Brasil atingiu 18% até última quinta (17), bem abaixo dos 30% do mesmo período do ciclo passado.

Na Fazenda Reunidas Baumgart, localizada no município de Rio Verde (GO), 5º município mais rico do agronegócio brasileiro, e a cerca de 230 quilômetros da capital Goiânia, serão plantados 9100 hectares com soja, com expectativa de serem produzidas 78 sacas por hectare (sc/ha). Em 23/24, a produtividade ficou em 77 sc/ha.

O atraso das chuvas tem sido o principal desafio desse ciclo, com o grupo se esforçando para encerrar o plantio na melhor janela de plantio, até o dia 4 de novembro. Por lá, às máquinas tem trabalhado até de noite, para maximizar os trabalhos

Com a retomada das chuvas há duas semanas, após 180 dias sem chuvas, os trabalhos no campo foram retomados e o plantio atingiu 52% da área a ser plantada até ontem (23).

Apesar disso, o presidente do grupo já projeta impactos para o milho safrinha, que será plantado após a colheita da oleagionosa.

“Com a demora das chuvas nesta safra e início do plantio mais tardio da soja, provavelmente não teremos áreas ideais suficientes para o plantio da safrinha de milho. É bem provável que iremos plantar uma área menor com milho 2ª safra”, disse Alexandre Baumgart ao Agro Times.

Melhores práticas contra períodos de seca

Na propriedade, são adotadas estratégias e manejos para melhorar a capacidade de retenção de água no solo, como o consórcio de brachiarias com milho na segunda safra, uso de biológicos durante a implantação das culturas e manejo correto dos restos culturais da última safra (palhada).

“Estamos adotando também as práticas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), isso para manter o solo mais estruturado e com capacidade de reter o máximo das chuvas que por sinal cada ano estão mais irregulares” (Money Times, 25/10/24)