19/12/2017

O Futuro das Fazendas: Agribots e Automação – Parte I

O Futuro das Fazendas: Agribots e Automação – Parte I

A agricultura – a primeira indústria da humanidade – levou séculos para se automatizar, mas o ritmo dessa mudança vem sendo frenético nos últimos anos, e tende a acelerar ainda mais.

O mundo precisa de mais alimentos. Espera-se que a população global chegue a nove bilhões de pessoas em 2050, e um relatório do World Resources Institute avaliou que a agricultura precisará aumentar a produção em cerca de 25% para atender esse crescimento. Em um cenário de demanda crescente, você espera que produtores rurais prosperem, não é mesmo? Mas isso não é realidade, pelo menos não a nível mundial.

Uma pesquisa sobre o setor agrícola do Reino Unido, publicado em meados de 2016 pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, revelou algumas informações bastante preocupantes para os agricultores.

Essa pesquisa estima que o PIB da agricultura do Reino Unido caiu 29% entre 2014 e 2016, grande parte pelo baixo preço das commodities. Esse tipo de situação aponta para um dos principais problemas enfrentados por essa indústria, que precisa encontrar novas formas de aumentar a produtividade para atender a demanda a longo prazo.

No caso do Reino Unido – e de boa parte dos países desenvolvidos – há uma escassez bastante preocupante de trabalhadores dispostos a atuarem no campo, o que faz com que se busque trabalhadores em outros países. A automação das fazendas através da robótica, IoT e big data dá aos agricultores uma alternativa para resolver os impactos dessa escassez de mão-de-obra.

Sistemas automáticos de semeadura e controle de pragas auxiliam os agricultores a aumentar seus rendimentos. Colheitadeiras automatizadas têm sido utilizadas em grandes propriedades de trigo, milho, soja e algodão há décadas. Os drones podem ajudar os agricultores a arrebanhar ovinos e analisar as condições do solo, para que aplicações sejam feitas com precisão e com economia de recursos. Ordenhadeiras automatizadas, veículos autônomos, tudo isso junto forma a quarta grande revolução da agricultura, chamada de Agricultura 4.0.

E a Agricultura 4.0 vem com tudo para transformar globalmente essa atividade na próxima década. Afinal de contas, os “agribots” (“agrorobôs”, em tradução livre) podem operar 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem adoecerem, sem férias ou licenças, sem a necessidade de serem remunerados, apenas mantidos.

Mas nem tudo é um mar de rosas: investir em equipamentos autônomos não é barato. Mesmo em um cenário econômico positivo para o agro, investir em equipamentos uma quantia que muitas vezes ultrapassa os sete dígitos pode ser bastante “salgado” para o produtor. Sara Olson, especialista em robótica agrícola e analista da Lux Research – uma aceleradora estadunidense de startups de tecnologia – diz ser otimista sobre o futuro da robótica agrícola, mas com a ressalva que levará de oito a dez anos antes que possamos ver uma adoção generalizada.

“A tendência de toda nova tecnologia é se tornar mais acessível ao longo do tempo, com o surgimento de tecnologias semelhantes para lhes fazer concorrência”, diz. “Por isso, estima-se que na próxima década esse tipo de tecnologia fique muito mais acessível e seja cada vez mais adotada”.

Investidores venture capitalists têm voltado suas atenções a esse mercado. Uma pesquisa da AgFunder – um marketplace estadunidense de investimentos agro  – mostrou que, em 2016, somente nos EUA, venture capitalists investiram US $ 4,6 bi em tecnologias de alimentos e de fazendas, e 80% desse montante foi para drones e agribots.

Mas, no meio de todo esse oceano de investimentos, o que deu certo e já vem dando resultados? Quer saber? Fique de olho em nosso próximo post! (Blog Datacoper, 18/12/17)