18/07/2018

O País ganha pontos em inovação – Editorial O Estado de S.Paulo

O País ganha pontos em inovação – Editorial O Estado de S.Paulo

Entre 2017 e 2018, Brasil passou do 69.º para o 64.º lugar no Índice Global de Inovação (IGI).

Depois de despencar entre 2011 e 2015, o Brasil recuperou parcialmente, entre 2017 e 2018, seu lugar em classificação internacional destinada a avaliar a capacidade de inovação da economia. Parece ser um sinal de que decisões econômicas do período recente voltadas para a liberalização dos negócios e para a retomada do ritmo de atividades surtiram efeitos positivos.

Entre 2017 e 2018, o País passou do 69.º para o 64.º lugar no Índice Global de Inovação (IGI), que avalia um conjunto de 126 países. Os responsáveis pelo IGI são a Universidade Cornell norte-americana, a escola de negócios francesa Insead e a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). 

Mesmo reconquistando cinco posições no ranking de 2018, o Brasil ocupa apenas uma posição intermediária na classificação. Na região da América Latina e Caribe, por exemplo, ficou atrás de Chile, Costa Rica, México, Uruguai e Colômbia. 

Ainda assim, o significado da melhora da posição brasileira foi enfatizado pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. “Com a revolução industrial que está por vir, a inovação ganha um novo peso no desenvolvimento e na competitividade das nações, e o Brasil deve se dirigir para esse caminho”, disse Andrade.

Os 10 países com maior capacidade de inovação são Suíça, Países Baixos, Suécia, Reino Unido, Cingapura, Estados Unidos, Finlândia, Dinamarca, Alemanha e Irlanda. A China entrou, pela primeira vez, no bloco das 20 economias mais inovadoras, ocupando o 17.º lugar, abaixo de Israel, República da Coreia, Japão, Hong Kong, Luxemburgo e França.

O IGI de 2018 teve como tema a inovação em energia, em que o Brasil se sai bem graças à intensidade do uso de energias renováveis, mas também do papel de liderança em segmentos específicos, como o da exploração de petróleo offshore em águas profundas e ultraprofundas e da produção de biocombustíveis avançados. Entre as áreas em que o País se destacou estão gastos com pesquisa e desenvolvimento, importações e exportações líquidas de alta tecnologia, qualidade de publicações científicas e universidades, com destaque para a USP, a Unicamp e a Federal do Rio de Janeiro.

A melhora da posição brasileira não elide o fato de que o País tem muito a avançar para ampliar sua competitividade (O Estado de S.Paulo, 18/7/18)