O que é ChatGPT e como ele pode ser útil no dia a dia
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Por Luiz Gustavo Pacete
Sistema conversacional com base em inteligência artificial da OpenAI tornou-se um dos temas mais abordados em tecnologia nos últimos meses
Por Luiz Gustavo Pacete
Além de respostas parecidas com às de humanos, o ChatGPT conseguiu gerar um código Python intrincado e escrever redações de nível universitário.
ChatGPT. Nos últimos meses, essa sigla apareceu em vários conteúdos. E ela não foi apenas destaque quando o tema era tecnologia. Já esteve em matérias de economia, negócios e até mesmo ambiente. Pois o ChatGPT, assim como a inteligência artificial, é um dos grandes temas de 2023. Neste contexto, vale a pena entender, na prática do que se trata a sigla, e mais do que isso, qual o impacto que ela pode ter na dinâmica de negócios.
A tecnologia, inclusive, chamou a atenção da Microsoft. Satya Nadella, CEO da companhia, já afirmou que quer embarcar IA na maior parte dos produtos da empresa. William Colen, Head de Inteligência Artificial e Milton Stiilpen, Diretor de Pesquisa & Inovação, ambos da Take Blip, explicam o que é ChatGPT, a utilidade da ferramenta e o motivo de sua repercussão recente.
ChatGPT
“A tecnologia GPT-3, ou ‘Transformador Generativo Pré-Treinado’ em sua terceira versão, é um modelo de Inteligência Artificial (IA) criado a partir de redes neurais artificiais (método de aprendizagem de máquina), e treinado com uma enorme quantidade de dados. O objetivo é compreender e produzir textos e conversas semelhantes às realizadas por seres humanos. O ChatGPT foi uma aplicação desenvolvida a partir do GPT-3, com um treinamento específico e uma interface amigável, que ajuda os usuários a interagirem através de diálogos inteligentes e naturais sobre qualquer assunto do conhecimento humano.”
Repercussão
“O sucesso dessa aplicação alcançou o mundo inteiro de repente. Mas é o tipo de tecnologia que não foi construída da noite para o dia. Em 2015, as redes neurais artificiais já faziam algo parecido, com alguns primeiros modelos criados através de Redes Neurais Recorrentes (RNN, em inglês) que simulavam a escrita de um autor de livro como Shakespeare. A grande diferença entre 2015 e 2023 é que esse tipo de modelo de IA ganhou, ao longo dos anos, cada vez mais capacidade de analisar o contexto da conversa ou do texto a ser interpretado, resumido ou traduzido, através de um mecanismo nomeado como Attention.”
Estrutura do ChatGPT
“A ideia por trás é algo semelhante ao que nós humanos fazemos desde crianças. Lembram dos exercícios de preencher as lacunas de uma frase dada as palavras ao seu redor? Os modelos de redes neurais mimetizam esse mecanismo: dado o contexto, qual seria a próxima palavra mais provável? As redes neurais recorrentes de 2015 tinham a capacidade de contexto limitada a algumas palavras de distância. Arquiteturas criadas posteriormente, como Gated Recurrent Units (GRU) e a Long Short-Term Memory (LSTM) conseguiram aumentar essa capacidade quando comparadas às RNNs. Mas foi o Attention, mecanismo por detrás de modelos Transformers, que conseguiu levar a capacidade de contexto, em teoria, ao infinito, caso exista recursos computacionais suficientes para tal. Por isso, modelos desse tipo de arquitetura tem a capacidade de manter a coerência em longas sequências como na escrita de um livro. Mais do que isso, conseguem buscar na sua memória de contexto relações que possibilitam aplicações além da geração de texto, como tradução, perguntas e respostas e diálogos”
Desafios
“O desafio está em como desenvolver soluções em cima dessa tecnologia. A chave desse desenvolvimento é a engenharia de prompt, que são configurações, pré-processamento e instruções capazes de refinar ou ajustar a qualidade de resposta, evitando vieses e informações incorretas. Por isso a importância de contar com parceiros especialistas no assunto na hora de adotar essa inovação.”
Em dezembro de 2022, Take Blip, empresa líder em soluções inteligentes de comunicação entre marcas e consumidores em aplicativos conversacionais, criou o contato inteligente “Mensagem sem Igual”. A campanha convidava os usuários a criar mensagens personalizadas de fim de ano, por meio de inteligência artificial. Ao interagir com o chatbot, a pessoa respondia algumas perguntas e automaticamente uma mensagem era criada com total relação entre quem escreveu, com a pessoa que iria receber e ser surpreendida.Cada usuário podia enviar gratuitamente quantas mensagens desejar, e, caso não gostasse do recado criado, poderia solicitar a criação de uma nova variação com os mesmos elementos.
Em menos de 15 dias, foram mais de 18 mil mensagens criadas, com uma média de 4 mensagens por usuário e o contato inteligente teve mais de 15 mil pessoas interagindo com ele (Forbes, 23/1/23)