26/05/2021

Observatório da Agropecuária integra dados de 200 bases estratégicas

Observatório da Agropecuária integra dados de 200 bases estratégicas

Observatório da Agropecuária

O Ministério da Agricultura lançou o Observatório da Agropecuária Brasileira, portal de acesso público que reúne informações sobre o setor no País, antecipou o órgão ao Broadcast Agro. "É uma plataforma digital onde o propósito é integrarmos um grande volume de bases de dados dedicadas, tanto do Ministério da Agricultura quanto de instituições parceiras, como o Banco Central, para subsidiar a formulação de políticas, não só do ministério como do setor do agronegócio como um todo e também ofertar aos diversos atores das cadeias produtivas e segmentos do agro informações robustas, com precisão e alto nível de fidedignidade", diz o secretário adjunto do Ministério da Agricultura Cleber Soares.

 "São mais de 200 bases estratégicas que estamos acessando e colocando tudo em um lugar só", complementou o coordenador-geral de Informações Estratégicas da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do ministério, Raimundo Deusdará Filho. A ideia da plataforma, segundo ele, é ser um repositório de informações "úteis ao agro e às pessoas interessadas no agro".

O observatório foi estruturado em dois eixos, estatístico e geoespacial. O projeto entra no ar inicialmente com seis painéis temáticos nos quais será possível fazer consultas: Agropecuária Sustentável e Meio Ambiente, Aquicultura e Pesca, Crédito Rural Público, Produtos Agrícolas, Zoneamento Agrícola de Risco Climático e Solos Brasileiros. "Nós distribuímos os diversos temas de acordo com o que melhor transforma os dados em informação", afirmou a assessora Técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nathalia Hott Dias.

 A CNA é um dos parceiros do ministério no projeto. Outros painéis já estão em desenvolvimento: Assistência Técnica, Assuntos Fundiários, Agricultura Familiar, Comércio e Mercados, Pecuária de Corte e uma nova e mais robusta versão do painel Aquicultura e Pesca. Parte deles deve ser lançada ainda este ano e a outra no primeiro semestre do ano que vem, segundo Soares. "O agro mostra sua alma e suas informações. O projeto tem de ser evolutivo e sustentado pelo próprio setor", assinalou Deusdará.

Entre os destaques, está o painel sobre 12 cadeias produtivas, sendo que seis já estarão disponíveis quando a plataforma entrar no ar (arroz, café, feijão, milho, soja e trigo), reunindo dados sobre produção nacional e estadual, preço mínimo, custo de produção, oferta e demanda, estoques públicos e exportação, entre outros. Também será possível consultar informações nos demais painéis sobre financiamento de custeio e investimento, indicação de plantio pelo zoneamento, Cadastro Ambiental Rural e Programa ABC, de agricultura de baixo carbono, por meio de diversos filtros. Em um momento de exigências ambientais sobre o agro brasileiro, a plataforma ajudará a mostrar que "é possível fazer uma agricultura sustentável num País continental, onde você pode, de fato, harmonizar a produção com a conservação da natureza", apontou Deusdará. "É importante a gente começar a ser proativo nessa narrativa." Haverá um canal de cadastramento para ouvir sugestões dos internautas sobre outras necessidades de informação.

O público-alvo não é apenas o setor público e o agronegócio, mas também empresas, terceiro setor e a sociedade em geral, que poderão utilizar a plataforma para pesquisas e projeções. "O maior benefício é aprimorar a formulação de políticas e a precisão na consulta de dados sobre a dinâmica do agronegócio brasileiro", disse Soares.

 O próximo passo, segundo os representantes, é traduzir para outros idiomas a fim de que pessoas interessadas em buscar informações sobre o agronegócio brasileiro no exterior possam encontrá-las com mais facilidade, mas ainda não há uma previsão sobre quando isso vai acontecer, segundo Soares.

O observatório foi concebido a partir de uma demanda da própria ministra, Tereza Cristina. O órgão concebeu toda a estrutura da plataforma e desembolsou R$ 2,4 millhões em dois anos para ciência de dados, desenvolvimento, operação e manutenção do sistema, desenvolvido pela Zetta, agência da Universidade de Lavras (MG), referência em pesquisa agropecuária, segundo Deusdará. Também contou com várias parcerias, inclusive da CNA que, além de compartilhar dados do seu acervo e apoio técnico dos seus colaboradores, investiu R$ 1 milhão para aquisição de recursos tecnológicos e instalação da sala de operações do observatório.

 A Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em alemão) aportou em torno de 50 mil euros para apoio de divulgação do projeto. Ao todo, são 20 parceiros além do ministério. Os dados serão atualizados constantemente, sob a gestão da Coordenação Geral de Informações Estratégicas. Para isso, o órgão contará com dados de entidades vinculadas, como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Embrapa, além dos demais parceiros do setor público e privado (Broadcast, 25/5/21)