09/04/2025

Oposição faz gesto a Hugo Motta e suspende obstrução na Câmara

Oposição faz gesto a Hugo Motta e suspende obstrução na Câmara

Luciano Zucco (PL-RS), deputado, e Jair Bolsonaro, ex-presidente da República. Foto Arquivo pessoal-Zucco

 

A decisão foi informada em nota disparada pelo líder dos oposicionista na Casa, Luciano Zucco, a deputados, obtida pela Coluna do Estadão.

 

A oposição decidiu fazer um gesto político ao presidente da CâmaraHugo Motta (Republicanos-PB), após ele ser atacado por bolsonaristas no ato em São Paulo pela anistia ao 8/1, e suspendeu a obstrução a votações no plenário e nas comissões da Casa nesta semana. A decisão foi informada em nota disparada pelo líder dos oposicionista na Casa, Luciano Zucco, a deputados, obtida pela Coluna do Estadão.

 

“A medida é um gesto político às lideranças partidárias da Casa, com o objetivo de viabilizar o apoio necessário para a aprovação do regime de urgência do Projeto de Lei da Anistia. A oposição entende que o debate sobre a anistia é urgente e essencial para garantir segurança jurídica, respeito às liberdades individuais, à Constituição Federal e à democracia”, diz a nota de Zucco.

 

“Seguiremos firmes na defesa dos direitos dos cidadãos, do devido processo legal e do Estado Democrático de Direito, buscando o apoio necessário para que o projeto da Anistia seja pautado e aprovado”, afirma outro trecho.

 

Um dos organizadores da manifestação deste domingo, 6, na Avenida Paulista, Silas Malafaia mirou no presidente da Câmara. “Você, Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba”, disse o pastor, um dos aliados mais ferrenhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), confirmou no X que a obstrução será suspensa. “Estamos apostando no diálogo com os colegas parlamentares, que vêm se sensibilizando com essa pauta de justiça, de humanidade e de pacificação nacional”, escreveu.

 

Na semana passada, a pressão do PL para que Motta pautasse um requerimento de urgência para o projeto da anistia irritou integrantes do Centrão, que ficaram incomodados com a tentativa de obstrução dos trabalhos na Casa. O partido de Bolsonaro teve de recuar, por exemplo, na votação do PL da Reciprocidade, que permite ao Brasil responder ao “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e interessava ao agronegócio.

 

Como mostrou a Coluna do Estadão, o PL avaliou que, ao usar o instrumento regimental para arrastar e tentar impedir votações, dificultou ainda mais a situação do Palácio do Planalto. “Vamos empurrar mais o governo Lula ladeira abaixo”, disse Sóstenes.

 

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), rebateu: “Eles (integrantes do PL) estão errando feio e se isolando. Foi uma semana trágica para o PL. Eles começaram dizendo que votariam a urgência. Não deu certo. Disseram que tinham assinaturas dos líderes do centro. Não tinham. Disseram que iam obstruir a pauta. Foram derrotados”, afirmou. (Estadão, 9/4/25)