18/01/2018

Oremos pelos refugiados - Por Tarcisio Angelo Mascarim

Oremos pelos refugiados  - Por Tarcisio Angelo Mascarim

 

 

Como são tristes as notícias sobre o transporte de refugiados no meio dos mares, os quais fogem de seus países à procura de apoio em outros países - mesmo sem garantia -, muitos, inclusive, com crianças! A luta desses refugiados é de cortar o coração, mas eles fazem de tudo para evitar a morte, que é certa se permanecerem em seus países.

Esta situação nos remete para o ano do nascimento de Jesus Cristo.  Tendo Jesus Cristo nascido na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente, que não tinham nada com os judeus, chegaram a Jerusalém perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.

Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. O rei convocou então todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei para saber onde o Messias deveria nascer, e eles responderam: “Em Belém, na Judeia”.

Então, Herodes chamou os magos em segredo e procurou saber quando a estrela tinha aparecido. Depois, enviou-os a Belém, dizendo: “Quando o encontrares, avisai-me, para que eu vá adorá-lo”.

Partindo, os magos encontraram novamente a estrela e só pararam quando de fato encontraram o menino. Vendo Maria, sua mãe, ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois, ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.

Aqui, cabem as perguntas: “O que uma criança que acabara de nascer podia fazer com ouro, incenso e mirra?”; “À parte o valor incontestável do ouro, o que uma pobre família de Nazaré ia querer com objetos dessa natureza?”; “Qual o significado dessas três coisas que os magos oferecem a Jesus e que são lembradas todos os anos na solenidade da Epifania do Senhor?”

Durante a Missa da Epifania de 2010, o Papa Bento XVI, expressando a mesma perplexidade dessas perguntas, reconheceu que os dons apresentados pelos magos, “sem dúvida, não são dons que correspondem às necessidades primárias ou cotidianas naquele momento. A Sagrada Família certamente teria tido mais necessidade de algo diferente do incenso e da mirra, e nem sequer o ouro podia ser-lhe imediatamente útil. Mas estes dons têm profundo significado: são um ato de justiça. Com efeito, segundo a mentalidade em vigor nessa época no Oriente, representam o reconhecimento de uma pessoa como Deus e Rei. Ou seja, são um ato de submissão. Querem dizer que, a partir daquele momento, os doadores pertencem ao soberano e reconhecem a sua autoridade.”

A reflexão de Bento segue a linha de outros autores da Tradição da Igreja, que associam os três presentes dados ao Menino Jesus com o reconhecimento de sua identidade e missão divina. Uma antiga homilia, de autor incerto, lembra que “a qualidade dos presentes oferecidos dava testemunho da divindade que eles consideravam haver no menino”, com o ouro se referindo à Sua realeza; o incenso, à Sua divindade; e a mirra, à Sua humanidade.

O Papa São Gregório Magno (+604), em uma de suas homilias, oferece uma interpretação completa do que sejam esses presentes. Ele recorre a uma explicação literal: “Os magos tinham ouro, incenso e mirra. O primeiro, evidentemente, corresponde a um Rei; o incenso é usado no sacrifício a Deus; a mirra, por fim, embalsama os corpos dos mortos”.

Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, os magos retornaram para a sua terra por outro caminho. Quando Herodes percebeu que eles o enganaram, decretou a morte das crianças recém-nascidas até 2 anos, na região.

Avisado em sonho do grande crime planejamento pelo rei Herodes contra as crianças, José foi obrigado a fugir com Jesus para o Egito.

Com esta passagem, vemos que a situação dos refugiados vem de longa data, pois Jesus também foi um refugiado.

Agora, vou aproveitar o site BíbliaOn para chamar à atenção sobre essas crianças que lutam pela sobrevivência.

“Hoje, milhares de crianças pelo mundo inteiro são refugiadas, fugindo de situações terríveis nos seus países. Muitas perderam os pais e são presas fáceis para abuso. Cada criança é especial para Deus. A criança é uma pessoa pequena que precisa do amor e do cuidado dos pais para crescer e se tornar um adulto saudável e alegre. Deus se interessa pelo bem-estar das crianças.

Até uma criança pequena pode aprender sobre Deus. Jesus abençoava as crianças e deixava que se aproximassem dele. Os pais devem ensinar a Bíblia aos filhos, para seu bem.”

Quero, agora, citar alguns versículos sobre a criança, que constam da Bíblia:

“Ainda que me abandonem pai e mãe, o Senhor me acolherá – Salmos 2:7-10”;

“Alguns traziam crianças a Jesus para que ele tocasse nelas, mas os discípulos os repreendiam. Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: “Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas – Marcos 10:13-14”;

“Naquele momento, os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: ‘Quem é o maior no Reino dos Céus?’ Chamando uma criança, colocou-a no meio deles e disse: ‘Eu asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus’ – Mateus 18:1-3”;

“Até a criança mostra o que é por suas ações; o seu procedimento revelará se ela é pura e justa – Provérbios 20:11”;

“E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles. Pegando-a nos braços, disse-lhes: ‘Quem recebe uma destas crianças em meu nome está me recebendo; e quem me recebe não está apenas me recebendo, mas também àquele que me enviou’ – Marcos 9:36-37”;

“Ouça o seu pai, que o gerou; não despreze sua mãe quando ela envelhecer. Compre a verdade e não abra mão dela, nem tampouco da sabedoria, da disciplina e do discernimento – Provérbios 23:22-23”;

“Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. ‘Honra teu pai e tua mãe’ – este é o primeiro mandamento com promessa – ‘para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra’ – Efésios 6:1-3”.

Finalizando, oremos por estas crianças e pelas suas famílias, para que encontrem a paz, um lar e a esperança que há em Jesus (Tarcisio Angelo Mascarim é sócio e administrador da Mascarim & Mascarim Sociedade de Advogados. Leia mais artigos no www.tarcisiomascarim.com.br)