10/12/2018

Outro mal do momento: a corrupção – Por Tarcisio Angelo Mascarim

Outro mal do momento: a corrupção – Por Tarcisio Angelo Mascarim

Em meu artigo anterior, abordei a angústia como o mal do momento, devido ao alto índice de desemprego que assola o nosso país. Agora, volto para falar de mais um mal: a corrupção.

No momento, além da economia estar em crise, o antro de corrupção implantada com a finalidade de manter o PT no poder está sendo desmontado pela Polícia Federal, com prisões de muitos envolvidos, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, embora preso, continua discutindo judicialmente que não tem nenhum envolvimento com a corrupção – como fez no “Mensalão” e se livrou. Mas espero, ainda, que Lula reconheça que errou e peça perdão aos seus eleitores e ao povo brasileiro.

Para transmitir aos nossos leitores o quanto a corrupção é grave, tomo a liberdade de transcrever a matéria “O cerne da corrupção é ter vendido a alma ao ‘deus dinheiro’, diz Papa”, publicada no site Vatican News em 9 de novembro último, na qual o Papa Francisco fala sobre a diferença entre um pecador e um corrupto:

“O que diferencia um pecador de um corrupto é que o pecador pode buscar a misericórdia do Senhor Deus, mas o corrupto não busca o Senhor Deus verdadeiro, porque ele idolatra um outro deus: o deus dinheiro.

Foi o que disse o Papa Francisco na manhã de hoje ao celebrar a missa na capela de sua residência, a Casa Santa Marta.

Na homilia, ele comentou o Evangelho do dia, extraído de João, explicando inicialmente as motivações que levam à agressividade de Jesus, que expulsa violentamente os mercantes do Templo.

O Filho de Deus é impulsionado pelo amor, ‘pelo zelo’ que sente pela casa do Senhor, ‘convertida num mercado’.

Entrando no templo, onde se vendiam bois, ovelhas e pombas, na presença dos cambistas, Jesus reconhece que aquele lugar era povoado por idolatras, homens prontos a servir ao ‘dinheiro’ ao invés de ‘Deus’. ‘Por trás do dinheiro há o ídolo’, destacou Francisco, os ídolos são sempre de ouro. E os ídolos escravizam.

Isso nos chama a atenção e nos faz pensar em como nós tratamos os nossos templos, as nossas igrejas, se realmente são casa de Deus, casa de oração, de encontro com o Senhor, se os sacerdotes favorecem isso. Ou se parecem com os mercados. Eu sei... algumas vezes em vi – não aqui em Roma, mas em outro lugar – vi uma lista de preços.

‘Mas como pagar pelos Sacramentos?’. ‘Não, é uma oferta’. Mas se querem dar uma oferta – e devem dá-la – que a coloquem na caixa das ofertas, escondido, que ninguém veja quanto está dando. Também hoje existe este perigo: ‘Mas devemos manter a Igreja. Sim, sim, sim, realmente’. Que os fiéis a mantenham, mas na caixa das ofertas, não com uma lista de preços.

O Papa Francisco adverte também para a tentação da mundanidade.

Pensemos em algumas celebrações de algum Sacramento talvez, ou comemorativas, onde você vai e vê: não sabe se é um local de culto, a casa de Deus ou um salão social. Algumas celebrações que escorregam para a mundanidade.

É verdade que as celebrações têm que ser bonitas – bonitas – mas não mundanas, porque a mundanidade depende do deus dinheiro. É uma idolatria também. Isso nos faz pensar, e também no que diz respeito a nós: como é o nosso zelo pelas nossas igrejas, o respeito que nós temos ali quando entramos.

O Papa refletiu depois sobre a primeira carta de São Paulo aos coríntios, esclarecendo que também o coração de cada um de nós representa ‘um templo: templo de Deus’. Mesmo conscientes de sermos pecadores, portanto, cada um deveria interrogar o próprio coração para verificar se é ‘mundano e idolatra’.

Eu não pergunto qual é o seu pecado, o meu pecado. Pergunto se existe dentro de você um ídolo, se há o senhor dinheiro. Porque quando existe o pecado há o Senhor Deus misericordioso que perdoa se você vai até Ele. Mas se há o outro senhor – o deus dinheiro – você é um idolatra, isto é, um corrupto: não mais um pecador, mas um corrupto. O cerne da corrupção é justamente uma idolatria: é ter vendido a alma ao deus dinheiro, ao deus poder. É um idolatra.”

Aí está, portanto, a diferença entre o “pecador” e o “corrupto”. Sugiro aos corruptores, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que examinem suas consciências. Se optarem por ser “pecador”, peçam perdão aos eleitores e ao povo brasileiro. Só assim estarão sujeitos à misericórdia do Senhor Deus (Tarcisio Angelo Mascarim é sócio e administrador da Mascarim & Mascarim Sociedade de Advogados. Leia mais artigos no www.tarcisiomascarim.com.br)