11/01/2018

Ovos: Após queda em 2017, setor aposta em recuperação das exportações

Ovos: Após queda em 2017, setor aposta em recuperação das exportações

 

 

Depois de registrar fraco ritmo das exportações no ano passado, o setor de ovos, segundo apontam pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, tem expectativa de recuperação nas vendas externas do produto em 2018, fundamentados nas recentes aberturas de novos mercados internacionais. No final de 2017, a África do Sul liberou as importações de ovos in natura e processados provenientes do Brasil.

 

No longo prazo, um crescimento no número de países importadores associado ao maior volume produzido podem contribuir para aumentar a inserção do Brasil no mercado internacional. Vale lembrar que a representatividade do País no mercado global ainda está distante dos demais exportadores.  

 

Em relação ao consumo doméstico, espera-se que a modesta recuperação econômica do Brasil, prevista para 2018 em, pelo menos, 0,62% a.a. segundo o Banco Central do Brasil (BC), contribua para estimular a demanda por ovos, seja por parte da indústria de alimentos ou pelo consumo in natura.

 

Em 2017, o consumo per capita dos brasileiros já havia aumentado cerca de 1% em relação a 2016, atingindo o volume de 192 ovos no ano. O setor pode, ainda, ser beneficiado, mesmo que indiretamente, pela ampla divulgação de pesquisas científicas recentes que demonstram os benefícios nutritivos resultantes do consumo de ovo.

 

Por outro lado, o crescimento da economia e a redução da inflação podem favorecer o aumento do poder aquisitivo do brasileiro em 2018, estimulando o consumo de outras proteínas mais caras, como as carnes bovina, suína e de frango.

 

Dentro da porteira, estimativas da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) indicam que, em 2018, a produção nacional de ovos será entre 5% e 6% superior à do ano passado. Diante disso, a capacidade de absorção dos mercados doméstico e externo é de extrema relevância para a determinação dos preços que serão recebidos pelos produtores e, consequentemente, para o desempenho do setor.

 

O aumento na produção já pôde ser observado em 2017, uma vez que, segundo a ABPA, o plantel de postura comercial aumentou 4,7% em dezembro do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2016.

 

CUSTOS DE PRODUÇÃO

Para 2018, o preço do milho, importante insumo da atividade, pode aumentar, elevando os custos da ração frente ao observado no ano passado. A expectativa de valorização do milho está pautada no atraso da colheita da soja que pode retardar o plantio do milho (Esalq/USP, 10/1/18)