País deve ter em 2024/25 a 1ª redução de área plantada de soja desde 2006
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A área semeada com soja na safra 2024/25 no Brasil deve cair pela primeira vez desde 2006, de acordo com o presidente da Agroconsult, André Pessôa, no evento "17ª Previsão de Safra da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea)", realizado nesta quarta-feira, em Brasília.
Ele citou a tendência baixista para os preços da oleaginosa, a partir de estoques mundiais superiores ao consumo e a tendência de safras maiores em países produtores. Para ele, mesmo que a produção global volte aos patamares costumeiros, o saldo será de aproximadamente 15 milhões de toneladas.
"A questão não é saber se vai haver redução ou não, mas quanto a área será reduzida", disse. Segundo ele, se os custos de produção cederem até o meio do ano o plantio pode ser "melhor", mas ainda assim a área cairá. Se os custos se mantiverem nos patamares atuais, a área plantada de soja no Brasil pode cair de 2 a 3,5%, na sua estimativa. "Preocupa porque a tendência não é de preços maiores, mas de preços menores na temporada 2024/25", afirmou.
Segundo ele, os Estados Unidos tendem a aumentar a área plantada em cerca de 5%. Assim, a menos que o país ou a América do Sul tenha problemas significativos de clima, afirmou, "vai sobrar bastante soja, mesmo com a demanda crescendo para níveis recordes, o que não está garantido".
Pessôa se disse preocupado com o endividamento dos produtores e os pedidos de recuperação judicial. "Tudo o que não precisávamos era uma enxurrada de recuperação judicial", disse. "O crédito pode ficar mais apertado e contribuir com esse cenário de redução de área de forma mais expressiva ao longo dos próximos meses", destacou (Broadcast, 14/3/24)