04/04/2018

País quer ficar livre de aftosa até 2023

País quer ficar livre de aftosa até 2023

 

 

O Ministério da Agricultura reforçou ontem a intenção de alçar o Brasil ao status de país livre de febre aftosa sem vacinação até 2023 na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com vistas a ampliar os mercados para a carne bovina brasileira. Atualmente, Santa Catarina é o único Estado brasileiro a ter esse reconhecimento internacional.

Conforme o cronograma da Pasta, a partir de maio de 2019, Acre e Rondônia, municípios do Amazonas e Mato Grosso começarão a suspender a vacinação. A previsão é de que pecuaristas desses locais parem de vacinar o rebanho após maio de 2021, e que todo país seja reconhecido como livre de aftoPaís sa sem vacinação até maio de 2023. Antes disso, porém, a OIE vai reconhecer o Brasil como livre com vacinação, em sua reunião anual, entre os dias 22 e 23 de maio deste ano, em Paris.

Em evento no Senado, parte da Semana Brasil Livre de Febre Aftosa, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, lembrou ontem que o último foco de aftosa no Brasil foi registrado no município de Japorã (MS), em abril de 2006. O primeiro caso foi notificado na região do Triângulo Mineiro, em 1895, depois da importação de bovinos da Europa.

Após o evento, Maggi falou sobre o embargo de Rússia e União Europeia às carnes brasileiras. Apesar das negociações constantes com os serviços sanitários de Rússia e UE, ele classificou o momento de "bastante tenso". "Estamos cobrando as respostas, mas temos que aguardar. Não está nas nossas mãos qualquer definição ou qualquer atraso", disse. "É um momento bastante tenso. A oferta de carnes no mercado interno é muito grande em função das paradas nas exportações", acrescentou.

Segundo ele, nesta semana, o ministério vai encaminhar nova carta aos russos informando sobre os procedimentos já feitos, após Moscou ter alegado que detectou a presença do promotor de crescimento ractopamina em lotes de carnes bovina e suína exportadas pelo Brasil.

Blairo disse ainda que o ministério trabalha para que a UE volte a importar produtos da BRF. As vendas foram suspensas por determinação do ministério depois da Operação Trapaça, que investiga fraude, envolvendo laboratórios e a BRF, nas análises de salmonela no frango. Ele lembrou que, há duas semanas, uma equipe de técnicos da Pasta esteve em Bruxelas fornecendo informações sobre os controles sobre os testes de salmonela em frango (Assessoria de Comunicação, 3/4/18)


A cada R$ 1 investido no controle da aftosa, País ganhou R$ 27

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Rangel, informou hoje que a cada R$ 1 investido na erradicação da febre aftosa o País teve retorno de R$ 27. "Se formos estender o cálculo à peste suína clássica, tuberculose e brucelose bovina e aos programas de defesa sanitária da SDA, o número atinge R$ 67", informou Rangel, durante sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal hoje pela manhã. O evento fez parte da Semana Brasil Livre de Febre Aftosa, promovida pelo Ministério da Agricultura.

Rangel acrescentou que o trabalho para erradicar a aftosa do Brasil é um dos que alcançaram maior êxito no mundo na área de defesa agropecuária, levando em conta as dimensões continentais do País. "A Defesa Agropecuária é um desafio em qualquer situação, mas no Brasil é ainda maior pelo grande número de países com os quais temos fronteiras, o vasto território, o número de portos, além de uma infraestrutura de defesa sanitária aquém do que necessitamos", observou.

De acordo com o secretário, "não é trabalho para amadores. O programa de combate à doença teve sucesso porque foi resultante de uma política pública que teve a iniciativa privada como parceira". Em maio, o Brasil deve obter o reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de país livre de aftosa, com vacinação (Broadcast, 3/4/18)