Pantanal tem menor número de queimadas para agosto mesmo com longa seca
QUEIMADA NO PANTANAL Foto-Reprodução Mayke Toscano Secom-MT
Segundo o Inpe, foram 96 focos no mês passado; maior planície alagável do mundo enfrenta anos seguidos com poucas chuvas.
O Pantanal registrou o agosto com o menor número de queimadas registrado desde o início do monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 1998. Apesar da redução dos focos de fogo, o bioma continua passando por um período seco intenso.
Em todo o mês de agosto deste ano foram registrados 96 focos de calor no bioma que, em 2020, sofreu com chamas que consumiram mais de 20% do seu território. Em agosto daquele ano, 5.935 queimadas tomaram o Pantanal.
Anteriormente, o agosto com menor número de queimadas havia ocorrido em 2014, com 134 focos de calor no bioma.
Em 2021, apesar da situação consideravelmente melhor, 1.505 queimadas foram registradas em agosto, valor bem próximo à média história no bioma.
O fogo presente no Pantanal pode ser relativamente pequeno neste momento, porém, o bioma está consideravelmente seco já há alguns anos. Os níveis de chuvas estão, em linhas gerais, abaixo do esperado desde o segundo semestre de 2019.
Em 2022, a situação do período chuvoso, no primeiro semestre, não melhorou a situação. Portanto, temos, até o momento, mais um ano seco, segundo Olivio Bahia, meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Os períodos quentes e secos vão criando uma situação hidrológica complicada e, mesmo quando a chuva vem, ela não é suficiente. "Essa quantidade de água que cai não enche a 'caixa d'água'", afirma Bahia.
A situação de seca constante na maior planície alagável do mundo tem sido materializada em imagens de jacarés acumulados em poças e em busca de água (Folha de S.Paulo, 2/9/22)