Para cortar custos, Monsanto renova estrutura logística
Em meio à reorganização global da indústria de agroquímicos e à necessidade de redução de custos, a multinacional Monsanto colocou em andamento no Brasil uma nova estrutura logística para o transporte anual das 700 mil toneladas de carga que movimenta, em média, no país. Os investimentos de US$ 7 milhões, entre 2014 e 2017, não só se pagaram como geraram uma economia de US$ 18 milhões à subsidiária nesse período. Por ano, essa redução foi de 6% a 7% do orçamento logístico – não revelado – para o país.
Johnny Ivanyi, gerente de logística da empresa para o Brasil, afirma ter observado ganhos em todos os elos da cadeia logística, desde acuracidade da entrega até redução dos roubos de cargas. "O impacto é grande porque estávamos com uma logística bem básica no Brasil", admitiu o executivo ao Valor.
A reestruturação teve início após levantamento realizado a pedido da Monsanto pela Gartner, um instituto global de supply chain, sobre o grau de maturidade das operações de escoamento e armazenagem da empresa no Brasil. O resultado não foi dos melhores. "Nossos sistemas não conversavam, nossos contratos e indicadores eram inadequados, não havia um norte", disse o executivo, responsável pelo transporte e armazenamento de cerca de 630 mil toneladas de semente de milho e 70 mil toneladas de glifosato por ano.
O mapeamento provocou uma ampla reorganização que, por sua vez, levou à contratação de novos prestadores de serviços à Monsanto. O transporte rodoviário foi regionalizado e o número de empresas transportadoras e de armazenagem reduzido de 34 para 20. Ficou quem ofereceu um "pacote de serviços" mais atrativo. Com isso, a frota terceirizada de caminhões passou a ser totalmente monitorada por sensores.
"Isso teve impacto direto nos roubos de carga, que passaram de uma média de 20 por ano para um dígito", e casos pontuais, afirmou Ivanyi. De acordo com ele, a Monsanto perdia entre R$ 400 mil e R$ 500 mil por veículo roubado, dependendo do produto transportado (sementes de milho ou glifosato). O negócio de soja não está sob ingerência da companhia – os cerca de 600 multiplicadores da semente que a multinacional americana tem no Brasil são responsáveis pelo transporte até o cliente final.
A subsidiária brasileira também adotou a cabotagem para o transporte de insumos químicos de sua fábrica em Camaçari (BA) para o porto de Santos. De lá, 4,5 mil contêineres são enviados por ferrovia até a unidade de São José dos Campos (SP), onde a matéria-prima é transformada em glifosato. De modo geral, o ganho de tempo de trânsito da carga foi reduzido a, no máximo, 72 horas. Segundo o executivo, antes eram 108 horas, isto é, mais de 4 dias.
Na armazenagem de sementes de milho, a Monsanto diz ter conseguido elevar em 10% a eficiência com climatização e outras medidas. A companhia tem no país 12 armazéns – oito para sementes de milho e quatro para glifosato – sendo metade deles administrados por terceiros (Assessoria de Comunicação, 26/1/18)