22/10/2018

Para mudar, a população precisa reagir! – Por Welson Gasparini

Para mudar, a população precisa reagir! – Por Welson Gasparini

Em um dos meus últimos pronunciamentos na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP),focalizei a necessidade de haver uma reação popular diante das dificuldades, inequivocamente, enfrentadas pela nação brasileira. Os índices apresentados por estatísticas oficiais são, realmente, alarmantes.  Não é possível, portanto,  essa situação continuar sem uma reação bastante objetiva dos nossos governantes na busca de novos rumos para o Brasil.,

Por exemplo:  somos a terceira maior população carcerária do mundo. Isso significa: o Brasil é o terceiro país do mundo com maior quantidade de presos em suas penitenciárias; em termos de assassinatos, ocupamos o primeiro lugar!

Na questão do analfabetismo, nem é bom falar: mais da metade das crianças, dos jovens, estão indo para o analfabetismo.  Vamos aos nossos hospitais e os encontramos lotados,  daí caber a indagação: o que nossos governantes estão fazendo para dar ao  povo melhores condições de saúde?

Outra estatística oficial mostra,  ainda,   praticamente metade da nossa população passando  fome. É incrível mas, apesar das chamadas Bolsa Família, bolsa alimentação e tudo mais ainda há milhões de brasileiros sem os mínimos recursos para dar  aos seus  familiares uma alimentação adequada.

No entanto, qual  reação  estamos tendo? Na própria ALESP  pouco fazemos para realmente mudar a situação brasileira.  Eu, também,  fui deputado federal ao lado de 512 outros.  Se cada um desses 513 deputados federal apresentasse, por ano, dois projetos, seriam  cerca de mil projetos para discussão, análise e votação no  Congresso Nacional. Quando isso vai acontecer? Nunca.

Eu defendo, portanto, como uma alternativa válida, para melhorar o próprio nível da representatividade popular, o  chamado voto distrital. Dividiríamos, por exemplo, o estado de São Paulo em 10 regiões eleitorais, e cada região elegeria quatro deputados estaduais; teríamos,  então,  40 deputados estaduais, e não 94 como atualmente, com todas as regiões muito bem representadas naquela  Casa.

 Nesta eleição, por exemplo, só o governo federal usou quase dois bilhões do dinheiro dos impostos que nós pagamos para sustentar as candidaturas de  deputados, senadores, governadores e presidentes da República. Foram 2 bilhões de reais, isso oficialmente. As campanhas eleitorais custam verdadeiras fortunas e grande parte delas ainda são sustentadas com o dinheiro dos impostos.

É preciso modificar o sistema eleitoral do nosso país e, com isso, economizar muitos recursos. Por exemplo, ao contrário de escolher o presidente da República através do voto individual de cada um, nós teríamos – caso adotássemos, conforme defendo,  o Parlamentarismo -  a sua  escolha pelo Parlamento: quando o eleitor votasse, por exemplo, num deputado federal e  num senador ele estaria dando procuração a esse deputado e esse senador para votar e escolher o presidente da República. E se esse presidente não correspondesse ao  dele esperado pelo povo,  poderia ser trocado através do voto pelo  próprio Parlamento, a exemplo que acontece nos principais e mais desenvolvidos países do mundo.

Para mudar, portanto, a população precisa reagir! (Welson Gasparini é deputado estadual, professor, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto)