Pecuária: Tecnologia veio para ficar
A comunicação entre as empresas e o campo adquiriu novas formas nesse período de pandemia. Elas vieram, no entanto, para ficar. A bovinocultura brasileira pouco sofreu com a influência do vírus, que atacou tanto o país como o resto do mundo.
Os preços do boi foram recordes, e a demanda externa aquecida. Embora os custos de produção tenham subido, houve renda para o pecuarista.
Essa melhora no rendimento permitiu um avanço na adoção de tecnologias no campo, principalmente as relacionadas a manejo, a genética e a nutrição animal. O consumo de suplementação mineral cresceu 10% do início do ano a novembro.
Juliano Acedo, diretor de marketing da Ruminantes da DSM, dona da marca Tortuga, diz que o bom desempenho do setor neste ano deu estímulo ao produtor para ser mais eficiente.
Com a alta dos custos, porém, não pode haver negligência na nutrição e no manejo. A exigência chinesa de um boi com idade inferior a 30 meses força o produtor a buscar mais tecnologia na produção.
Essa necessidade de o produtor ter respostas mais rápidas está permitindo também uma comunicação digital mais acelerada. É uma ferramenta que ainda precisa de ajustes, mas tem cooperado para atender às necessidades do produtor com melhor tecnologia e mais rapidamente, diz Acedo.
Sergio Schuler, vice presidente da empresa, afirma que o futuro vai exigir uma comunicação híbrida. O contato direto com o pecuarista vai continuar, mas o digital pode tornar a comunicação mais rápida e mais eficaz em muitos casos, como na gestão da fazenda e na comparação de dados.
Para Acedo, os novos meios de comunicação podem atender o produtor em tempo mais exíguo, além de evitar longas viagens até as fazendas.
Os ajustes vão continuar, mas a pandemia trouxe novos meios de comunicação que vão ser adotados, mesmo após a volta à normalidade, diz o diretor de marketing (Folha de S.Paulo, 16/12/20)