Piora o poder de compra do criador em relação a milho e farelo de soja
O poder de compra do suinocultor em relação ao milho e ao farelo de soja, principais insumos da atividade, atingiu o menor nível nesta terça-feira (27) desde 8 de agosto de 2016, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em relatório antecipado ao Broadcast Agro.
Ontem o suinocultor conseguia adquirir 5,4 quilos de milho com a venda de 1 quilo de suíno. Em 8 de agosto de 2016, a relação era de 5,13 quilos do cereal por quilo de suíno. "Quanto ao farelo de soja o produtor conseguia comprar 2,86 quilos do derivado com a venda de um quilo do animal vivo, a relação mais desfavorável desde 1º de agosto de 2016, quando estava em 2,76 quilos de farelo", continua o relatório.
O Cepea comenta que a piora do poder de compra do suinocultor ocorre neste período por causa das quedas no preço do animal e da forte valorização do milho e do farelo em fevereiro.
No acumulado de fevereiro (entre 31 de janeiro e 27 de fevereiro), a saca de 60 quilos de milho se valorizou expressivos 17,4% na região de Campinas (SP) e 4,8% em Chapecó (SC). O preço do farelo de soja, no mesmo comparativo, subiu 18,1% na região paulista e 9% na paranaense.
O Cepea comenta ainda que, com tal cenário, suinocultores com menor estoque de grãos, especialmente de São Paulo, têm tido dificuldades na gestão dos custos operacionais das granjas neste fim de mês. O reflexo deste movimento do mercado recai sobre a programação de produção dentro da porteira. Suinocultores sinalizam que estão abatendo animais mais leves para minimizarem os prejuízos com ração, já que os preços do animal não reagem (Broadcast, 28/2/18)