Plano de recuperação da Renuka é aprovado;usina vai a leilão em até 90 dias
O novo plano de recuperação da Renuka do Brasil foi aprovado nesta quarta-feira em assembleia-geral de credores, e um leilão para venda da Usina Revati, em Brejo Alegre (SP), deverá ser realizado em até 90 dias após a homologação judicial, de acordo com uma fonte e um documento visto pela Reuters.
Segundo a fonte, além da Revati, a empresa buscará vender em até três anos a unidade Madhu, em Promissão (SP), seja em venda direta ou leilão.
Subsidiária da indiana Shree Renuka Sugars, a Renuka iniciou investimentos no Brasil em 2010, mas foi atingida por uma combinação de baixos preços do açúcar e controle de preços de combustíveis pelo governo, em gestões anteriores —políticas que afetaram duramente o setor sucroenergético no país.
Atualmente, sua dívida beira os 3 bilhões de reais.
As duas usinas da empresa indiana em São Paulo têm capacidade instalada para processar cerca de 10 milhões de toneladas de cana por temporada, mas, dados os problemas recentes, não têm matéria-prima suficiente para operar com 100 por cento da carga.
A Madhu, a única em operação no momento, deve moer de 3 a 3,5 milhões de toneladas de cana na safra vigente, abaixo do potencial instalado de cerca de 6 milhões.
Conforme a fonte, com os possíveis recursos obtidos com a venda da Revati, a Renuka do Brasil buscará pagar 24 milhões de reais em débitos trabalhistas e 30 milhões à CCEE, enquanto o restante tende a ser dividido entre os credores. Caso estes não aprovem o valor a receber, a companhia ainda corre o risco de ir à falência.
Entre os credores estão os bancos Santander Brasil, Banco do Brasil, Bradesco, Votorantim, Itaú Unibanco, dentre outros, conforme o plano de recuperação visto pela Reuters.
A Renuka do Brasil entrou em recuperação judicial em outubro de 2015 e, em meio ao processo, tentou leiloar a Madhu no início de 2017. Mas o BNDES, titular das garantias hipotecárias, pediu a suspensão do certame, algo que voltou a ocorrer em setembro do ano passado com a Revati.
Procurada para comentar o assunto, a empresa não respondeu de imediato (Reuters, 30/8/18)