09/08/2021

Podemos crescer de forma sustentável em etanol de milho, defende Unem

Podemos crescer de forma sustentável em etanol de milho, defende Unem

Guilherme Nolasco - Unem

O presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, afirmou que o País pode crescer de forma sustentável na produção de etanol de milho por meio do aumento da oferta do cereal, sem a necessidade de avançar sobre novas áreas. O executivo participou, ontem (5), de painel virtual da 2ª edição do Datagro Abertura de Safra Grãos - soja, milho e algodão.

Nolasco citou como exemplo a concentração da produção nos Estados de Mato Grosso e Goiás, mas observa que a fabricação do biocombustível já tem avançado com projetos em Mato Grosso do Sul e no Paraná. "A produção está descendo no País e a tendência é que Mato Grosso deixe de ser responsável por 86% desse mercado", disse.

O processo de expansão tem como base a maior disponibilidade de cereal, assim como observado em Goiás. "De início, o foco era produzir etanol onde tinha milho mais barato, agora o setor enxerga a tecnologia e a produtividade", afirmou. Segundo o presidente da entidade, em janeiro de 2018, a diferença de preço do milho de Mato Grosso e o de Goiás era de 37,57%. Em junho deste ano, essa parcela chegou a 6,07%.

Somente em 2020, a produção nacional aumentou cerca de 1 bilhão de litros e Nolasco afirma que será possível verificar um crescimento de 700 milhões de litros na safra vigente. A perspectiva para os próximos anos é de que a produção de etanol de milho some entre 3,6 bilhões e 4 bilhões de litros em 2023, segundo a Unem. Para 2028, a projeção é de 8 bilhões de litros, o que seria equivalente a quase 20% do mercado total de etanol no País (Broadcast, 6/8/21)


Produção de etanol de milho deve crescer no Mato Gosso

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, informou que o Estado de Mato Grosso vai crescer na produção de etanol de milho nos próximos anos, por meio do aumento na produção do cereal. "Vamos aumentar tanto em área quanto em produtividade", disse ele, ontem (5), durante painel do segundo dia da 2ª edição do Datagro Abertura de Safra Grãos - soja, milho e algodão, realizada de forma online.

A conjuntura é desafiadora com a quebra da safra de milho este ano, ele admite, e afirma que era para o País estar aumentando em 10 milhões de toneladas a produção de milho por ano. "Devíamos chegar a 115 milhões de toneladas produzidas este ano no País". Para essa ampliação do cultivo, contudo, ele afirma que o produtor precisa de mais infraestrutura de armazenagem.

Nesse cenário, portanto, Silveira acredita que a importação de milho da Argentina por indústrias e usinas de etanol deve continuar, com as compras externas brasileiras do cereal podendo ficar entre 5 milhões e 6 milhões de toneladas em 2021.

Silveira acrescentou que prevê para a próxima safra um aumento tanto em área quanto em produtividade para o milho e disse que uma coisa não tem necessariamente a ver com a outra. "Esse, por exemplo, foi o ano em que mais ampliamos área e ao mesmo tempo mais utilizamos tecnologia também". Além disso, em relação ao milho segunda safra do ano que vem, que ainda será plantado, ele afirma que cerca de 26% da produção já está comercializada, a maioria para usinas de etanol (Broadcast, 6/8/21)