27/01/2022

Preço alto de grãos pode persistir por anos, diz Goldman

Preço alto de grãos pode persistir por anos, diz Goldman

COLHEITA SOA Imagem  Pixabay chapkitt

Secas, problemas na cadeia de suprimentos, escassez de mão de obra e aumento da demanda elevaram os preços dos alimentos  (Imagem: Pixabay/chapkitt )

O aumento nos preços de grãos que elevou a inflação global de alimentos às máximas em uma década pode persistir em meio a um superciclo de commodities de vários anos, segundo o Goldman Sachs.

Jeff Currie, chefe global de pesquisa de commodities do banco, reiterou a visão de que as commodities caminham para um superciclo com potencial de durar uma década. Os ganhos nos preços de metais e grãos provavelmente serão “mais rígidos e de longo prazo”, disse ele em entrevista à Bloomberg TV nesta quarta-feira.

Secas, problemas na cadeia de suprimentos, escassez de mão de obra e aumento da demanda elevaram os preços dos alimentos em todo o mundo em cerca de um quarto no ano passado.

Embora o índice das Nações Unidas que acompanha os preços mundiais dos alimentos tenha recuado em dezembro, estes permanecem perto de seu recorde histórico de 2011.

As preocupações com o clima ainda são abundantes para os principais fornecedores agrícolas à medida que o fenômeno La Niña interrompe as condições típicas de cultivo.

A seca em algumas partes do Brasil e da Argentina está reduzindo as expectativas de colheitas abundantes de soja e milho. Os preços dos grãos podem subir ainda mais, embora não muito este ano, de acordo com Currie.

“Os estoques de trigo e milho não são tão críticos quanto os de gás e petróleo”, disse Currie. “No entanto, a colheita na América Latina parece decepcionante, o que significa que, à medida que avançamos para o final do ano, o colchão pode ser eliminado” (Bloomberg, 26/1/22)