28/01/2020

Preço da carne bovina cai após renegociação de contratos com a China

Preço da carne bovina cai após renegociação de contratos com a China

Legenda: Bois em fazenda no Paraná; tonelada recua de US$ 5.200 para US$ 4.957

 

No início do ano, a tonelada era exportada a US$ 5.200; valor está em US$ 4.957.

Nem todos as empresas tiveram de renegociar os contratos de carne bovina com a China, mas os preços da proteína já caem. No início do ano, a tonelada de carne bovina “in natura” era exportada, em média, a US$ 5.200. Nesta semana, os valores estão em US$ 4.957, segundo a Secex.

Antonio Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), diz que esse acerto é normal e era esperado. Após o Ano-Novo chinês, as vendas de carne do Brasil para a China continuarão, mas com um ajuste.

Mesmo com a queda atual, o preço da carne brasileira continua com alta de 32% em relação ao de há um ano.

Para o presidente da Abiec, o Brasil pode destinar até 30% do gado abatido para a China. Se houver um recuo das importações chinesas, a carne irá para outros mercados.

Além da demanda da própria Ásia, os exportadores apostam no mercado americano, uma vez que a avaliação técnica feita pelos Estados Unidos neste mês foi favorável ao Brasil.

Após as pendências de contratos, os brasileiros aguardam um novo evento na China: o coronavírus. Nota técnica do Ministério da Agricultura afirma que comumente os coronavírus causam infecção também em animais, mas as investigações ainda estão em andamento para a identificação das espécies e seus efeitos.

 

O Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária alerta para a necessidade de monitoramento da situação, prevenção e redução de risco de transmissão de doenças emergentes de animais e produtos de origem animal para humanos.

O departamento governamental afirma, porém, que nenhum evento específico foi relatado em nenhuma espécie até o momento.

Para Camardelli, ainda é cedo para uma avaliação de eventuais efeitos desse vírus no mercado internacional de carnes (Folha de S.Paulo, 28/1/20)