25/02/2025

Preço da soja cai em Chicago após colheita no Brasil ganhar ritmo

Preço da soja cai em Chicago após colheita no Brasil ganhar ritmo

Produtores de soja do Brasil conseguem reduzir atraso da colheita da safra 2024/25. Foto Luiz Chaves – Arquivo - Secom-RS

 

Cresce a expectativa dos agentes de mercado com a safra no Brasil, que pode alcançar um recorde, segundo consultorias.

 

A despeito de problemas climáticos com a safra de soja na Argentina, o sentimento de uma oferta maior do grão na América do Sul neste ano não mudou, o que tende a gerar movimentos de baixa para os preços. Nesta segunda-feira (24/2), os contratos da soja para maio, os mais líquidos na bolsa de Chicago, fecharam em queda de 0,92%, a US$ 10,4750 o bushel.

 

Depois de um longo período de forte atraso, a colheita de soja no Brasil do ciclo 2024/25 começa finalmente a ganhar ritmo e tranquilizar o mercado quando o assunto é a oferta. Os trabalhos chegara, na quinta-feira (20) a 39% da área cultivada, de acordo com levantamento AgRural. Há uma semana, estava em 23% e, há um ano, em 40%.

 

Temperaturas mais altas, chuvas mais espaçadas e a pressão para plantar a safrinha de milho dentro da janela deram forte impulso à colheita do Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso, que agora lidera os trabalhos e abre grande vantagem sobre Mato Grosso do Sul e Paraná, diz a consultoria, em nota.

 

No início da semana passada, a AgRural revisou para baixo sua estimativa para a colheita de soja no Brasil, de 171 milhões para 168,2 milhões de toneladas, devido a problemas com a estiagem em áreas produtoras de Mato Grosso do Sul, Paraná, e principalmente Rio Grande do Sul.

 

Há, no entanto, empresas que ainda enxergam um potencial muito maior para a produção brasileira. A Hedgepoint Global Markets, por exemplo, prevê uma safra de 171,5 milhões de toneladas, aumento de 700 mil toneladas em relação à estimativa feita em janeiro.

 

De acordo com Luiz Fernando Roque, coordenador de inteligência de mercado da consultoria, o ajuste positivo se deve às altas produtividades registradas em estados como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia, favorecidos pelo clima após o início das chuvas, em outubro de 2024.

 

Trigo

 

Nos negócios do trigo na bolsa de Chicago, os contratos para maio fecharam em queda de 1,74%, para US$ 5,9350 o bushel.

 

Análise da consultoria Granar afirma que os fundos de investimento continuam retirando lucros após os recentes aumentos, que levaram o cereal ao seu valor mais alto em quatro meses.

 

“Os fatores que contribuem para o declínio dos preços também incluem a previsão de clima mais quente para as Grandes Planícies dos EUA e regiões de cultivo de inverno da Rússia e Ucrânia, onde se espera que as plantações resistam à recente onda de frio”, ressaltou a Granar, em boletim.

 

Milho

 

O milho também se desvalorizou na sessão desta segunda-feira. Os contratos para maio caíram 1,58%, para US$ 4,97 o bushel. Com os valores próximos das máximas em mais de um ano e meio, investidores agora embolsam lucros no mercado do cereal (Globo Rural, 24/2/25)