08/12/2017

Preço do arroz reage no exterior e pode ajudar produtor em 2018

Preço do arroz reage no exterior e pode ajudar produtor em 2018

 

O mercado de arroz termina o ano com um cenário ruim para o produtor brasileiro. Nas próximas semanas, o varejo começa a dar destaques aos produtos natalinos, deixando o cereal e o feijão em segundo plano.

Com isso, apesar do período de entressafra, a saca de arroz continuará sendo negociada entre R$ 35 e R$ 36 para o produtor, um valor muito próximo do mínimo estabelecido pelo governo.

Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, acredita, porém, que o cenário poderá mudar no próximo ano.

Os preços vêm subindo no mercado externo, devido a problemas climáticos na Tailândia e na Índia, dois países importantes no abastecimento do mercado internacional.

Apesar de dezembro ser um período de pouca movimentação no mercado externo, a tonelada de arroz beneficiado subiu para R$ 440, uma evolução de 5% nos últimos 30 dias.

Essa pressão externa deverá favorecer o produtor brasileiro em 2018. O aumento externo torna o produto brasileiro mais competitivo e eleva a chance de exportação.

As vendas externas podem dar sustentação aos preços do mercado interno, hoje considerados desanimadores pelos produtores.

Segundo eles, os valores atuais do arroz não cobrem os custos de produção, estimados em R$ 40 por saca.

Há também motivos internos para uma alta de preços. Brandalizze destaca, entre essas pressões, a demanda aquecida para arroz e feijão, devido à situação econômica do país e à queda do poder aquisitivo.

Os consumidores vão optar mais pelo arroz, uma alimentação mais em conta, segundo o analista.

PLANTIO

O plantio da safra 2017/18 está praticamente encerrado no Rio Grande do Sul, Estado líder na produção nacional. Resta apenas 1% da área para ser semeada.

As condições desfavoráveis de preços do cereal fizeram muitos produtores trocarem o arroz pela soja. A área destinada ao cereal deverá cair para 1,07 milhão de hectares neste ano, 2,7% menos do que na safra anterior.

A produção gaúcha ficará entre 8,2 milhões e 8,4 milhões de toneladas, abaixo dos 8,7 milhões da safra 2016/17, segundo estimativas da Conab.

Já a produção mundial está estimada em 440 milhões de toneladas, segundo Brandalizze (Folha de S.Paulo, 8/12/17)