Preço do arroz sobe no curto prazo, mas não há risco de desabastecimento
ARROZ Foto Portal do Agronegócio
Analistas do Itaú BBA avaliam que as perdas no campo chegam a 341 mil toneladas.
O preço da saca de arroz em casca continua subindo no Rio Grande do Sul. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) já registra R$ 111,5 por saca. Há um ano, o valor era de R$ 88.
Diante do que ocorre no Rio Grande do Sul, principal fornecedor do cereal no Brasil, analistas do Itaú BBA afirmam que os preços do cereal devem ficar firmes no curto prazo, mas que não há risco de desabastecimento.
Lavoura de arroz do MST em Viamão, no Rio Grande do Sul - Divulgação MST-RS
Conforme cálculos do IRGA (Instituto Rio Grandense do Arroz) e dos analistas do banco, a perda no campo deverá ser de 341 mil toneladas. Há, ainda, perdas não computadas em armazéns afetados pelas enchentes.
O IRGA indica que as máquinas já avançaram sobre 82% da área semeada com arroz. Dos 900 mil hectares plantados, faltam 142 mil para serem colhidos e, destes, 101 mil não foram atingidos pelas enchentes. Nos cálculos do instituto, 23 mil estão perdidos e 18 mil parcialmente submersos.
As áreas já perdidas e as consideradas alagadas somam 41 mil hectares. Considerada a produtividade inicial de 8.235 kg por hectare, essas áreas representam a queda de 341 mil toneladas de arroz. Esse volume soma 3,2% da produção nacional esperada antes das enchentes, segundo o banco.
As perdas estimadas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), conforme dados divulgados nesta terça-feira (14), atingem 202 mil toneladas de arroz.
Na avaliação do Itaú, a safra 2023/24 fica em 10,2 milhões de toneladas, para um consumo nacional de 10,5 milhões. O Brasil deverá importar 1,45 milhão de toneladas do cereal e vai exportar outras 1,5 milhão.
Se confirmados os números dos analistas do banco, os estoques finais de arroz representarão 13,9% do consumo total. É um percentual apertado, uma vez que na safra 2022/23 foi de 17% e na 2021/22, de 25,7%.
Edegar Pretto, presidente da Conab, afirma que o governo continua com políticas públicas para elevar a produção e a oferta interna de produtos básicos. Essas políticas são necessárias porque as áreas de arroz e de feijão recuaram para os menores patamares em 47 anos.
O presidente da Conab diz que o governo busca políticas voltadas para a produção de alimentos básicos na elaboração do Plano Safra deste ano. O objetivo é garantir abastecimento interno (Folha, 15/5/24)