Preço do café sobe e bate novo recorde na bolsa de Nova York; cacau cai

Preço internacional do café chegou ao nível mais alto desde 20 de fevereiro. Foto Wenderson Araujo - CNA
Açúcar, algodão e suco de laranja também encerraram a sessão desta quarta-feira com valorização
Os contratos do café arábica previstos para maio fecharam a sessão desta quarta-feira (5/3) em US$ 4,0995 a libra-peso, uma nova alta de 2,90%. Algodão, açúcar e suco de laranja seguiram a tendência e também encerraram o dia com valorização nos principais contratos negociados. Já o mercado futuro de cacau teve queda.
O nível de preço que o café arábica atingiu nesta quarta-feira é o mais alto desde 20 de fevereiro de 2025.
Desde o início do ano, acumulou 29,6% de aumento, calculou a consultoria Trading Economics. A falta de chuvas nas regiões produtoras do Brasil, principalmente em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, dão suporte aos preços, pois são determinantes para que cafeicultores consigam mensurar o potencial produtivo das plantas antes de a colheita começar, em maio.
Segundo a Trading Economics, persistem as preocupações do mercado quanto à potencial resistência dos consumidores face aos preços elevados. Além disso, a Safras & Mercado acredita que o calendário de trabalhos de campo no país deve adiantar devido às condições climáticas e para que produtores aproveitem os preços mais altos no mercado internacional.
O cacau para maio recuou 3,70% na sessão da bolsa de Nova York, nesta quarta-feira (5/3). A cotação fechou em US$ 8.066 a tonelada. Sem mudanças nos fundamentos - e com volatilidade marcada por correções técnicas -, o mercado segue atento às condições climáticas dos produtores principais, Costa do Marfim e Gana, onde a colheita está em andamento.
Chuvas fortes interromperam os trabalhos de campo em dias de fevereiro. Março deve ser crucial para definir os volumes da safra africana em 2025. De acordo com a Organização Internacional do Cacau, a Costa do Marfim - maior produtor global - prevê colher 2,2 milhões de toneladas na temporada.
Os papéis mais negociados do açúcar demerara, com vencimento para março, valorizaram e fecharam em alta de 0,85%. A cotação ficou em 17,89 centavos de dólar por libra-peso. A oscilação está relacionada a ajustes técnicos do mercado, que convive com previsões de boa safra de cana-de-açúcar no Brasil e na Índia, mas com um potencial direcionamento à produção de etanol.
Segundo corretoras americanas, há uma menor demanda de açúcar no mercado físico, fazendo o produto ser direcionado para negociação em bolsa. Com isso, há mais entregas de açúcar dos contratos de primeira posição, com vencimento em março, ainda que os preços sejam semelhantes. Os lotes de primeira posição fecharam o pregão em 18,20 centavos de dólar por libra-peso.
O algodão fechou a sessão cotado a 63,67 centavos de dólar por libra-peso. O valor representou uma alta leve, de 0,68% para os lotes com entrega para maio, os mais negociados no dia. De acordo com a análise do site Barchart, os futuros estão mostrando “força”, com ganhos de 40 a 50 pontos. Os preços do petróleo bruto e a cotação do dólar recuando operam como fatores mistos e influenciam nos preços do algodão.
O ‘Índice Cotlook A’ subiu 25 pontos, para 76,25 centavos por libra-peso. Os estoques de algodão certificados na bolsa também subiram, para 13.771 fardos.
O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) fechou com alta de 3,25%. O valor dos contratos com vencimento em maio ficou em US$ 3,0935 a libra-peso. As negociações, por outro lado, estão em um ritmo mais lento. Preocupações com as condições climáticas pressionando a safra 2025/26 de laranja no Brasil ainda movimentam a curva do mercado.
Por outro lado, segundo cálculos da Trading Economics, o suco de laranja acumulou, desde o início do ano, um recuo de preço de 41,62%. A conta é baseada na negociação de um contrato por diferença (CFD) que acompanha o mercado de referência para esta commodity (Globo Rural, 5/3/25)