Preço do café volta a subir na bolsa de Nova York
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Oferta de café pode não ser suficiente para atender demanda, alerta analista. Foto Tony Oliveira – CNA
Cotações devem manter trajetória de alta no cenário externo até entrada da safra brasileira no mercado.
Durou apenas dois pregões o movimento de realização de lucros do café na bolsa de Nova York, que novamente retomou a trajetória de preços mais altos. Os lotes do arábica para maio subiram 1,64% nesta quarta-feira (19/2), para US$ 4,1190 a libra-peso.
De acordo com Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, como o fundamento de oferta restrita e demanda em alta não mudou, há uma tendência natural de valorização para o café no médio prazo. Segundo ele, é difícil ver uma retração nas cotações nos próximos três meses.
“Quando a gente pensa em algum alívio pelo lado da oferta, a safra de café arábica no Brasil só entra no mercado em junho. Esse é um ponto de muita preocupação, pois não dá para saber se haverá café suficiente para atender a demanda até lá”, observa Bonfá.
Nos cálculos da Pharos, o Brasil deve exportar um volume inferior a 3 milhões de toneladas em fevereiro, versus 4 milhões embarcadas no mês imediatamente anterior.
“Essa é uma projeção otimista, considerando a quantidade de dias no mês, e também refletindo essa baixa disponibilidade amplamente conhecida do mercado”, afirma o analista.
Algodão
Já no mercado do algodão, a tendência de baixa se acentua. Os papéis com vencimento em maio fecharam em queda de 1,66%, para 67,68 centavos de dólar a libra-peso. De acordo com análise da Consultoria Agro do Itaú BBA, após o aumento da estimativa global de safra em 2024/25, para 26,2 milhões de toneladas, haverá aumento dos estoques finais.
Com a oferta em alta e demanda retraída, haverá impacto de baixa para os preços praticados em Nova York, conforme destacou o banco, em nota.
Suco de laranja
O preço do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) voltou a cair na bolsa de Nova York após a elevação registrada na véspera. Os contratos com entrega para maio recuaram 3,35%, para US$ 3,3180 a libra-peso.
Agora o produto acumula sete quedas nos últimos oito pregões, com o mercado otimista em relação à safra de laranjas no Brasil, o principal exportador mundial de suco.
Açúcar
Os lotes do açúcar para maio fecharam em alta de 1,20% na bolsa de Nova York, com o valor de 19,39 centavos de dólar por libra-peso.
Cacau
Por fim, nos negócios do cacau na bolsa de Nova York, os contratos para maio fecharam em queda de 0,87%, a US$ 10.400 a tonelada (Globo Rural, 19/2/25)