Preço do milho cai em Chicago após atingir maior valor em um ano e meio
Demanda crescente por milho americano deu impulso às cotações em Chicago. Foto Wenderson Araújo - CNA
Cotações perderam força após cinco altas consecutivas.
O milho fechou a sessão na bolsa de Chicago com preços em queda, com investidores embolsando lucros após cinco altas consecutivas. Os contratos do cereal para março recuaram 0,90% nesta quarta-feira (19/2), a US$ 4,9750 o bushel.
De acordo com Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios, o milho vem ganhando força no mercado externo devido à fundamentos bem definidos nos quesitos demanda e oferta.
“Há uma demanda muito forte por milho americano, seja para consumo interno na produção de etanol, ou nas exportações do país, que estão em ritmo acelerado. Estão no radar também as preocupações com as condições de clima na Argentina”, avalia.
A despeito de todos esses fatores considerados 'altistas' para o cereal, Ale Delara acredita que os valores estão muito próximos de um teto na bolsa americana, sem espaço portanto para altas mais expresivas.
A soja se desvalorizou na bolsa de Chicago com investidores devolvendo parte dos ganhos registrados na sessão anterior. Os contratos para março fecharam o pregão em queda de 0,65%, a US$ 10,3175 o bushel.
“O mercado está muito mais volátil, seguindo as movimentações do óleo de soja, que avançou quase 2,5% ontem e hoje está caindo na mesma proporção. Isso está ajudando a empurrar as cotações do grão para baixo”, afirma Ale Delara, da Pine Agronegócios.
As previsões de safra para a produção do Brasil seguem otimistas, contribuindo também para o recuo da soja no cenário externo. A Agroconsult estimou hoje uma colheita no país de 171,3 milhões de toneladas. Houve redução de 1,1 milhão de toneladas sobre o levantamento anterior, feito em janeiro. Ainda assim, a estimativa é 15,8 milhões de toneladas superior à de 2023/24.
Para outra consultoria, a Hedgepoint Global Markets, a produção de soja do Brasil deve alcançar 171,5 milhões de toneladas. Diferentemente da Agroconsult, o número atualizado da Hedgepoint é 800 mil toneladas maior que o da previsão anterior da consultoria. Se confirmado, será um aumento de 12% em relação à safra 2023/24.
Os contratos do trigo para março fecharam em queda de 2,11%, para US$ 5,92 o bushel. O forte recuo se justifica principalmente por fatores técnicos, já que persistem no radar as preocupações com uma onda de frio sobre lavouras de inverno nos EUA.
A indefinição sobre um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia é outro fator que traz peso de alta para as cotações, que hoje foram pressionadas por um movimento de realização de lucros (Globo Rural, 19/2/25)