Preço externo dos alimentos ainda está em patamar elevado
MILHO Carlos-Garcia-Rawlinsreuters
Os preços dos alimentos se acomodam no mercado externo, mas ainda estão bem acima dos valores de há um ano. Um sinal de que as pressões inflacionárias deste setor vão continuar.
Esses valores externos têm trazido boas receitas para o país, mas o retorno aos patamares de há dois anos ainda vai demorar.
As carnes, setor que o Brasil vem obtendo recordes nas exportações, são as que menos sobem nos últimos 12 meses.
Os mais recentes dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostrou que a tonelada de carne bovina brasileira está sendo negociada a US$ 5.989 no exterior. Este valor é apenas 3% superior ao de setembro de 2021.
Os preços interromperam a alta, mas as exportações se mantêm aquecidas. Neste mês, o volume que deverá sair do Brasil ficará próximo ao do recorde de 203 mil toneladas de agosto.
A carne suína também tem valores próximos aos de setembro de 2021. A alta nos últimos 12 meses é de 4%. A demanda cresceu, o país exportou volume recorde em agosto, e o valor médio da tonelada está em US$ 2.467.
A carne de frango também mostra desaceleração nas últimas semanas, no entanto, ainda supera em 19% o valor de há um ano.
Ao contrário das proteínas, os preços dos grãos ainda pressionam. O milho, com forte demanda externa e exportações recordes pelo Brasil, está com evolução de 53% nos preços.
As exportações deste mês deverão atingir o recorde de 7,62 milhões de toneladas, segundo estimativas da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais).
Se confirmado esse volume, as vendas externas atingirão próximo de 27 milhões de toneladas, acima dos 21 milhões de todo o ano de 2021.
A soja, com valor de US$ 619 por tonelada no produto exportado, ainda mantém valorização de 22% em relação a 2021.
Devido à quebra de safra deste ano, as exportações de janeiro a setembro deverão ficar em 74,7 milhões, abaixo do volume do ano anterior.
O preço médio do café em grão negociado pelo país está em US$ 3.937 neste mês, ainda 42% superior ao de há um ano. O algodão e açúcar sobem 21% e 17%, respectivamente (Folha de S.Paulo, 21/9/22)