Preço mundial do óleo de soja está em alta, mas Brasil exporta menos
Valor da tonelada sobe 14% em um ano, e país exportará 70% menos em 2020.
O Brasil está diminuindo sua participação nas vendas externas de óleo de soja, uma das poucas commodities que está com elevação de preços no mercado internacional.
Neste mês, as exportações brasileiras estão sendo feitas a US$ 752 por tonelada, em média, 14% mais do que em novembro do ano passado.
Essa alta no mercado externo ocorre devido a uma redução dos estoques mundiais do derivado de soja. A queda foi de 10% neste ano, em relação ao anterior.
Seca na Malásia e na Indonésia reduziram a oferta de óleo de palma, elevando a procura pelo de soja. Além disso, a China passou a moer menos soja, e, para completar sua demanda interna, passou a importar mais.
Os chineses começam a elevar os estoques do óleo vegetal porque terão uma oferta menor de gordura animal a partir de agora. O país vem acelerando os abates de suínos desde a chegada da peste suína em território chinês, o que ocorreu em meados do ano passado.
A gordura animal está mais cara e o óleo de soja passa a ser um dos substitutos nas frituras.
Os preços do óleo de soja são puxados também pelo maior uso do produto como como combustível. Estados Unidos, Brasil e Argentina, os três maiores produtores mundiais de soja, têm programas de biodiesel. No caso do Brasil, o percentual de mistura do óleo de soja no diesel vai aumentar para 12% a partir de março.
A alta do derivado de soja ficou mais caro também devido à pressão de custos. Nos últimos meses, a soja em grão teve uma recuperação de preços.
O Brasil terá um volume exportável menor de óleo de soja para o próximo ano. As estatísticas mais recentes da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) indicam uma evolução na produção para 8,8 milhões de toneladas em 2020, mas uma redução das exportações para 300 mil toneladas. Neste ano deverão ser 1 milhão.
A China é a líder em produção, com um volume anual de 15,3 milhões de toneladas. Os Estados Unidos somam 11,1 milhões e a Argentina, 8,7 milhões. Os argentinos lideram as exportações mundiais, com 5,9 milhões de toneladas, segundo o IndexMundi (Folha de S.Paulo, 27/11/19)