24/04/2025

Preços do leite seguem em alta, mas ritmo de valorização deve desacelerar

Preços do leite seguem em alta, mas ritmo de valorização deve desacelerar

A demanda enfraquecida no mercado consumidor limita a valorização dos produtos lácteos. Foto  Wenderson Araujo Trilux CNA

 

Aumento dos custos de produção impacta o setor, informa Cepea.

 

O mercado de leite cru registrou alta nos preços nos dois primeiros meses de 2025, impulsionada pela maior concorrência entre indústrias de laticínios pela matéria-prima. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor médio pago pelo litro de leite captado em fevereiro alcançou R$ 2,7734 na “Média Brasil” – indicador que abrange os estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

 

Esse valor representa uma elevação de 3,3% em relação a janeiro deste ano e um aumento de 18,1% na comparação com fevereiro de 2024, já descontada a inflação pelo IPCA.

 

No entanto, o Cepea projeta uma desaceleração nesse movimento para março. “A expectativa é que as cotações continuem em alta, embora em menor intensidade, refletindo uma desaceleração no ritmo de valorização”, informa o relatório.

 

Apesar do aumento no custo da matéria-prima, o cenário para os derivados lácteos tem sido de estabilidade. A demanda enfraquecida no mercado consumidor limita a valorização desses produtos. “Com isso, embora os preços tenham oscilado fortemente ao longo do mês, na média, a variação foi pequena”, destaca o Cepea.

 

Outro fator que impacta o setor é o aumento dos custos de produção. Em março, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 0,79% em relação a fevereiro. Segundo o Cepea, essa elevação está relacionada, sobretudo, à alta nos preços dos insumos destinados à nutrição do rebanho.

 

No comércio exterior, as exportações brasileiras de lácteos cresceram pelo terceiro mês consecutivo. Entre fevereiro e março, os embarques aumentaram 28,09%. No entanto, em relação a março de 2024, houve queda de 47,52%. Já as importações registraram retração de 14,8% no comparativo mensal, mas subiram 2,8% na comparação anual (Globo Rural, 23/4/25)