Preços do petróleo recuam com salto nos estoques dos EUA
Os preços do petróleo recuaram nesta quarta-feira, depois de os estoques da commodity nos Estados Unidos registrarem na semana passada o maior aumento desde 2016, enquanto a demana por gasolina sofreu sua baixa semanal mais expressiva da história devido à pandemia de coronavírus.
As reservas de petróleo dos EUA avançaram em 13,8 milhões de barris na última semana, disse a Administração de Informação sobre Energia (AIE). Esse é o maior aumento em uma só semana desde 2016, e analistas esperam que dados semelhantes sejam verificados nas próximas semanas, à medida que refinarias reduzem ainda mais as operações e a demanda por gasolina continua a cair.
“A demanda está um desastre”, disse Bob Yawger, diretor de Futuros de Energia da Mizuho em Nova York. “Esse é todo o problema por aqui. Está horrível.”
O petróleo dos EUA fechou em queda de 0,17 dólar, a 20,31 dólares por barril, após atingir uma mínima de 19,90 dólares na sessão.
Já o petróleo Brent para junho recuou 1,61 dólares, ou 6,1%, para 24,74 dólares o barril. O valor de referência internacional chegou a recuar a 21,65 dólares na segunda-feira, menor nível desde 2002, quando o agora já expirado contrato maio era o vencimento de primeiro mês (Reuters, 1/4/20)
Petrobras reduzirá produção em 200 mil barris diários
Redução foi decidida em meio à queda na demanda por petróleo por causa da crise causada pela pandemia de coronavírus. Empresa fala "na pior crise da indústria do petróleo nos últimos 100 anos".
A petroleira estatal Petrobras anunciou um novo corte em sua produção por causa da "que se configura a pior crise da indústria do petróleo nos últimos 100 anos". A partir desta quarta-feira (01/04), a produção de petróleo será reduzida em 200 mil barris diários. A medida foi anunciada em meio à queda da demanda devido à crise do coronavírus.
O volume inclui a redução anunciada em 26 de março, diz comunicado da empresa em seu site. Na ocasião, a Petrobras já tinha cortado a produção em 100 mil barris diários, uma restrição que deveria valer até o final de março.
Os cortes desta quarta não têm data para serem revogados, mas a Petrobras deverá reavaliar continuamente a necessidade de manutenção da decisão. A empresa também ajustará o processamento de suas refinarias, "em linha com a demanda por combustíveis".
"O cenário atual é marcado por uma combinação inédita de queda abrupta do preço do petróleo, excedente de oferta no mercado e uma forte contração da demanda global por petróleo e combustíveis", justifica a empresa.
As "novas medidas para assegurar a sustentabilidade da companhia" anunciadas nesta quarta-feira se encaixam nas ações que preveem cortar 2 bilhões de dólares (cerca de 11 bilhões de reais) em gastos operacionais este ano, anunciadas na semana passada, incluindo a hibernação de plataformas em operação em campos de águas rasas e o adiamento de novas contratações por 90 dias.
Dentro desse montante, a Petrobras também pretende economizar 700 milhões de reais em despesas com pessoal. Para isso, deverá adiar entre 10% e 30% do salário de "empregados com função gratificada (gerentes, coordenadores, consultores e supervisores)". Além disso, vai alterar temporariamente o funcionamento dos turnos e do sobreaviso "de cerca de 3,2 mil empregados". Cerca de 21 mil empregados também terão a jornada de trabalho reduzida, de 8 para 6 horas diárias.
Outras medidas incluem redução de gastos com recursos humanos, incluindo adiamento de pagamento de horas extras e a postergação do pagamento de 30% do salário do presidente, diretores, gerentes executivos e gerentes gerais (DW, 1/4/20)