28/02/2025

Preços pagos ao produtor rural aumentaram apenas 0,3% em 2024

Preços pagos ao produtor rural aumentaram apenas 0,3% em 2024

Valores menores dos grãos afetaram o resultado do IPPA no ano passado.  Foto Wenderson Araújo - CNA

 

Resultado se deve à queda de 6,8% do índice para grãos, informa o Cepea.

 

Os produtores rurais encerraram 2024 com um leve ganho nos preços pagos pelos produtos agropecuários, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/Cepea) acumulou um pequeno aumento de 0,3% no ano passado em relação a 2023.

Segundo pesquisadores do Cepea, de um lado, esse resultado se deve à queda de 6,8% do índice para Grãos e, de outro, dos crescimentos observados para os demais grupos de alimentos: Pecuária (2,3%), Hortifrutícolas (30,6%) e Cana e Café (9,8%).

 

Em comparação, o Cepea destaca que a inflação dos preços pagos às indústrias, medida pelo IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve leve alta de 0,7%, enquanto o índice de preços internacionais dos alimentos, calculado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) subiu 9,6% em reais, impulsionados principalmente pela desvalorização cambial, com a taxa de câmbio nominal avançando 7,9%, acima do aumento de 1,6% das cotações internacionais.

 

Apesar dos movimentos divergentes no curto prazo, no longo prazo, pesquisas do Cepea apontam uma convergência dos preços agropecuários ao mesmo nível após o período de forte elevação dos valores domésticos nos últimos anos.

 

Em dezembro, o IPPA/Cepea permaneceu praticamente estável em relação a novembro (-0,1%) em termos nominais, com destaque para a alta de 8,7% em Cana e Café. Os demais grupos apresentaram retração: Grãos (-0,8%), Pecuária (-3,3%) e Hortifrutícolas (-0,9%).

 

Já o IPA-OG-DI Produtos Industriais subiu 1,3%, evidenciando a queda dos preços agropecuários frente aos industriais da economia brasileira. No cenário externo, a taxa de câmbio avançou 5%, e o índice de preços internacionais dos alimentos cresceu 1,2%, resultando em um aumento nominal de 6,3% nas cotações dos alimentos em moeda nacional (Globo Rural, 27/2/25)