19/05/2025

Presidente sub judice da Faesp provoca mal estar com o governo de SP

Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). Foto Gregory Grigoragi Faesp

 

Uma declaração de Tirso Meirelles, presidente sub judice da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, provocou mal estar no âmbito do Governo do Estado de São Paulo. A declaração (vide íntegra da matéria abaixo), consta de reportagem de autoria de Roseann Kennedy, publicada no último sábado (17) com o título “Agro de SP cobra regulamentação de fundo público-privado após 1º caso de gripe aviária no País”.

 

Os quatro parágrafos abaixo mostram a declaração oportunista de Tirso Meirelles e o desconforto que provocou junto ao Governo do Estado de São Paulo:

 

“Para presidente da Faesp, Tirso Meirelles, episódio serve de alerta mesmo para doenças erradicadas como é o caso da febre aftosa; fundo para pecuária já foi aprovado pela Alesp.

 

A confirmação do primeiro caso de gripe aviária (H5N1) em granja comercial no Brasil ampliou a lista de argumentos do agronegócio paulista para cobrar do governo Tarcísio de Freitas a regulamentação do Fundesa/PEC - Fundo de Defesa Estadual da Sanidade Animal. A gripe aviária circula pelo mundo desde 2006 e agora chegou ao País.

 

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, o episódio serve de alerta mesmo para doenças erradicadas, como é o caso da febre aftosa, e o setor precisa ter garantias em casos de emergências sanitárias. “A necessidade de fundos indenizatórios fica mais evidente”, afirmou à Coluna do Estadão.

 

Após a publicação da reportagem, o secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, confirmou à Coluna do Estadão que a regulamentação do Fundesa está em fase final e programada para apresentação ao setor na Feicorte, que acontece de 17 a 20 de junho. Afirmou estar surpreso com a cobrança pública do presidente da Faesp, Tirso Meirelles, “porque o mesmo está sendo consultado sobre o assunto e foi avisado do lançamento”.

 

“Nova Faesp”

 

Produtores rurais paulistas que integram o movimento de oposição “Nova Faesp” lembram que a eleição convocada para dezembro de 2023, através da qual Fábio de Salles Meirelles, depois de 48 anos na presidência da Faesp/Senar, tentou colocar em seu lugar o filho Tirso Meirelles. A eleição foi anulada por fraude e irregularidades em 1ª e 2ª instâncias pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região e encontra-se em análise no Tribunal Superior do Trabalho em Brasília.

 

Tirso Meirelles se mantém no cargo através de ações de efeito suspensivo e, como um dos seus primeiros atos na condição de “presidente sub judice”, iniciou uma perseguição implacável e avassaladora aos sindicatos de oposição. Verbas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar foram cortadas e dezenas de profissionais responsáveis por cursos de formação e requalificação profissional foram sumariamente demitidos.

 

Neste momento, sindicatos rurais de algumas das principais regiões produtoras de cana-de-açúcar e laranja do Estado de São Paulo, como os de Ribeirão Preto e Araraquara, não contam mais com nenhum repasse das verbas do Senar. Decisões judiciais do Tribunal de Justiça do Estado têm sido descumpridas sem que, em nenhum momento, Tirso Meirelles viesse a público para justificar o revanchismo que impõe aos sindicatos que exigem o fim da “capitania hereditária no agronegócio” na qual se transformou a maior federação nacional de sindicatos rurais do País” (Da Redação, 18/5/25)



Agro de SP cobra regulamentação de fundo público-privado após 1º caso de gripe aviária no País

 

Por Roseann Kennedy

 

Para presidente da Faesp, Tirso Meirelles, episódio serve de alerta mesmo para doenças erradicadas como é o caso da febre aftosa; fundo para pecuária já foi aprovado pela Alesp.

 

A confirmação do primeiro caso de gripe aviária (H5N1) em granja comercial no Brasil ampliou a lista de argumentos do agronegócio paulista para cobrar do governo Tarcísio de Freitas a regulamentação do Fundesa/PEC - Fundo de Defesa Estadual da Sanidade Animal. A gripe aviária circula pelo mundo desde 2006 e agora chegou ao País.

 

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, o episódio serve de alerta mesmo para doenças erradicadas, como é o caso da febre aftosa, e o setor precisa ter garantias em casos de emergências sanitárias. “A necessidade de fundos indenizatórios fica mais evidente”, afirmou à Coluna do Estadão.

 

Após a publicação da reportagem, o secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, confirmou à Coluna do Estadão que a regulamentação do Fundesa está em fase final e programada para apresentação ao setor na Feicorte, que acontece de 17 a 20 de junho. Afirmou estar surpreso com a cobrança pública do presidente da Faesp, Tirso Meirelles, “porque o mesmo está sendo consultado sobre o assunto e foi avisado do lançamento”.

 

O Fundesa foi aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em dezembro passado. O fundo em modelo público-privado prevê ressarcimento aos pecuaristas, se houver necessidade de abater animais em caso de febre aftosa.

 

Os próprios produtores depositarão recursos duas vezes por ano. O valor é pago por cabeça de gado. A taxa é de 0,0028 (Ufesp), que corresponde hoje a pouco mais de R$ 1. A estimativa no Estado é de arrecadar R$ 22 milhões por ano. Valor é menor do que o que era gasto com vacinação para febre aftosa, em torno de R$ 45 milhões por ano. Os dados são da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA).

 

Brasil receberá selo de livre de aftosa

 

No próximo dia 30, a Organização Mundial de Saúde Animal vai declarar o Brasil como um país livre da aftosa. São Paulo já contava com esse reconhecimento e, por isso, desde o ano passado, a vacinação para a doença foi extinta no Estado.

 

Para Tirso Meirelles, o selo de livre de aftosa exige vigilância ainda maior dos produtores. “Por isso estamos pedindo ao governador a regulamentação do Fundesa/PEC, que daria mais segurança aos pecuaristas”.

 

Segundo apurou a Coluna do Estadão, a expectativa é de que a regulamentação ocorra no próximo semestre.

 

Gripe aviária circula pelo mundo desde 2006

 

Desde 2006, ocorre a circulação do vírus (H5N1), principalmente na Ásia, África e no norte da Europa, segundo informou o Ministério da Agricultura e Pecuária. O primeiro caso registrado em granja comercial no Brasil ocorreu no Rio Grande do Sul. No Estado foram confirmados dois focos da doença. Além da granja, o governo federal confirmou outra incidência num zoológico da Grande Porto Alegre.(Estadão, 16/5/25)