Produção de açúcar cai 23,3% no Centro-Sul;hidratado tem recorde quinzenal
As usinas do Centro-Sul do Brasil produziram 2,39 milhões de toneladas de açúcar na primeira quinzena de julho, queda de 23,3 por cento na comparação anual, conforme usinas continuam a direcionar maior oferta de matéria-prima para a fabricação de etanol, disse nesta quarta-feira o grupo industrial Unica.
A produção quinzenal de etanol hidratado foi a maior da série histórica, diante de preços do adoçante enfraquecidos no mercado internacional e maior competitividade do álcool domesticamente.
A expressiva redução na produção de açúcar também ocorre na comparação com uma base forte. No ano passado, usinas produziram volumes perto de máximas históricas no período, para cumprir contratos feitos em melhores momentos do mercado.
As indústrias do Centro-Sul alocaram apenas 38,4 por da quantidade de cana para a produção de açúcar na quinzena, contra 50,4 por cento há um ano.
Conforme a União da Indústria de Cana-de-Açúcar, a fabricação de etanol na primeira metade de julho saltou 26,2 por cento, para 2,39 bilhões de litros, sendo 791 milhões de litros de anidro, usado na mistura com a gasolina, e 1,6 bilhão de hidratado, consumido pelos veículos flex.
O biocombustível mostra-se atrativo para as usinas há quase um ano, em meio também a mudanças tributárias no país e uma nova política de preços de combustíveis pela Petrobras.
Na quinzena, foram comercializados 1,2 bilhão de litros de etanol, cerca de 200 milhões de litros a mais na comparação anual. Do total, 1,1 bilhão de litros destinaram-se ao mercado interno.
MOAGEM
O processamento de cana na primeira metade de julho alcançou cerca de 45 milhões de toneladas, abaixo dos 48 milhões de igual momento do ano passado.
No acumulado da safra 2018/19, a moagem segue 8 por cento maior, com 267,4 milhões de toneladas.
Quanto ao nível de sacarose nas plantas, medido pelo nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), este está maior em razão do tempo seco, que favorece a concentração do açúcar.
Na quinzena, o ATR foi de 7,70 por cento maior, com 145,47 kg por tonelada de cana processada, segundo a Única (Reuters, 25/7/18)