27/08/2020

Produção de açúcar do CS sobe 51% na 1ª quinzena; a de etanol cai 5,8%

Produção de açúcar do CS sobe 51% na 1ª quinzena; a de etanol cai 5,8%

A produção de açúcar do centro-sul do Brasil aumentou 51% na primeira quinzena de agosto, para 3,2 milhões de toneladas, com usinas elevando a produção do adoçante em detrimento do etanol, cujo mercado foi impactado pelos efeitos da pandemia, informou nesta quarta-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

 

A situação na quinzena repete o que tem sendo visto nesta safra, após usinas fecharem grande parte das vendas de exportação antecipadamente, contando com um câmbio favorável. Os embarques brasileiros têm atingido grandes volumes, em patamares iguais ou superiores a 3 milhões de toneladas nos últimos dois meses.

No acumulado desde o início da safra 2020/21 até 16 de agosto, a produção de açúcar alcançou 22,95 milhões de toneladas, alta de 48% na comparação anual.

“O aumento de 7,46 milhões de toneladas na produção de açúcar registrado até o momento (na safra) reflete a maior disponibilidade de matéria-prima e a maior procura pelo produto brasileiro. Desse total, cerca de 5,4 milhões decorreram da alteração do mix de produção e o restante do avanço de moagem e melhor qualidade da cana colhida”, disse o diretor-técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

Diante disso, a produção de etanol na principal região produtora do país atingiu 2,27 bilhões de litros na primeira quinzena de agosto, queda de 5,8% na comparação anual, apesar de um aumento na moagem de cana e de uma maior concentração de açúcares na planta em decorrência do tempo seco, que também tem ajudado no desenvolvimento da colheita.

A moagem de cana do centro-sul totalizou 46,4 milhões de toneladas na primeira quinzena de agosto, alta de 8,26% ante o mesmo período da safra 2019/2020, segundo a Unica.

Na safra, a fabricação acumulada de etanol totalizou 16,81 bilhões de litros (-6,4%), sendo 4,96 bilhões de litros de etanol anidro (-10,3%) e 11,85 bilhões de litros de hidratado (-4,73%). Do total fabricado, 807,58 milhões de litros do biocombustível foram produzidos a partir do milho.

Já a moagem desde o início do ciclo até 16 de agosto atingiu 373 milhões de toneladas, crescimento de 6%.

Segundo o diretor da Unica, “com mais de 60% da safra concluída, o volume de chuvas muito abaixo da referência histórica na região canavieira do centro-sul permitiu condições favoráveis à operacionalização da colheita e estimulou a concentração de açúcares na planta, aumentando a quantidade de ATR disponível para fabricação de açúcar e etanol”.

A qualidade da matéria-prima, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana colhida, atingiu 137,41 kg no acumulado desde o início da safra, contra 130,87 kg no ciclo 2019/2020.

“Vamos continuar monitorando a evolução da qualidade da matéria-prima e da produtividade agrícola, pois a estiagem ocorrida nos últimos 90 dias e as chuvas das últimas semanas podem ter afetado de forma diferenciada o canavial do centro-sul”, disse Rodrigues.

Essa condição climática poderá impactar o rendimento da lavoura e a concentração de açúcar a ser observada nas próximas quinzenas, completou.

Em relação ao número de usinas em operação, 261 unidades registraram produção até dia 16 de agosto, ante 260 em igual data do último ano.

VENDAS

Por efeito da pandemia, o volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras nos primeiros quinze dias de agosto caiu 18%, para 1,20 bilhão de litros. Desse total, 66,65 milhões de litros foram destinados para o mercado externo.

No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 757,69 milhões de litros na primeira metade de agosto, com redução de 21,59% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra.

No acumulado desde o início da safra 2020/21, as vendas de etanol pelas empresas do centro-sul acumulam retração de 19%, somando 10,26 bilhões de litros.

Do total vendido na safra, 865,37 milhões de litros foram destinados à exportação, ante 708 milhões no mesmo período do ano passado (Reuters, 26/8/20)