14/09/2022

Produção mundial de arroz cai pela 1ª vez em seis anos

Legenda: Agricultores agitam arroz com casca durante colheita em Cikarang nos arredores de Jacarta, na Indonésia - Enny Nuraheni -2.fev.12/Reuters

COLHEITA DE ARROZ NA INDONESIA- Enny Nuraheni -2.fev.12 Reuters

 

A safra será menor, consumo aumenta, e estoques mundiais recuam.

A produção mundial de arroz recua na safra 2022/23, registrando a primeira queda nos últimos seis anos. Isso ocorre porque China e Índia, grandes produtoras e consumidoras, terão safras menores. O consumo se mantém em patamares elevados nesses dois países.

Já Vietnã e Tailândia, embora com volumes bem menores do que os das duas gigantes, vão obter safras maiores.

Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que prevê produção mundial menor, consumo maior e, consequentemente, uma redução nos estoques do cereal.

A safra mundial recua para 508 milhões de toneladas, enquanto o consumo sobe para 518 milhões. A China, maior produtora, terá uma safra de 147 milhões. A estimativa anterior era de 149 milhões.

A Índia produzirá 126,5 milhões, abaixo dos 130 milhões da safra anterior. Essa queda mundial ocorre em um momento em que o Brasil também produzirá menos, mas exportará mais.

Os dados da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) indicam uma safra de 10,8 milhões de toneladas no período de 2022/23, com consumo semelhante.

De janeiro a agosto, as exportações brasileiras atingiram 1,15 milhão de toneladas do produto em casca, 67% a mais do que nos oito primeiros meses de 2021.

Só no mês passado, saíram 268 mil toneladas do país, 135% a mais do que em igual mês do ano anterior, segundo informações da Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz).

Entre os principais importadores do cereal brasileiro estão Guatemala, Peru, Venezuela, Bolívia e Estados Unidos.

Uma safra mundial menor facilita as exportações brasileira, o que pode pressionar os preços internos. À porta da entressafra, o valor da saca no Rio Grande do Sul está próximo de R$ 76, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) (Folha de S.Paulo, 14/9/22)