27/03/2019

Produtores de arroz fervilham na panela do governo Bolsonaro

Produtores de arroz fervilham na panela do governo Bolsonaro

Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul, escoltados pela bancada ruralista, cobram do Ministério da Agricultura o aumento do preço mínimo fixado para o produto, hoje de R$ 36,33 a saca de 50kg. A temperatura vai subir a partir desta semana, no rastro da miniquebra da safra gaúcha causada pelas fortes chuvas.

Uma comitiva de agricultores e parlamentares deverá ter uma nova reunião com a ministra Tereza Cristina. Houve um primeiro encontro no fim de fevereiro, que saiu do nada e não chegou a lugar algum. Também estão sendo articuladas manifestações em cidades do Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção do cereal no país.

Estima-se que os agricultores locais terão um prejuízo da ordem de R$ 450 milhões com a perda de aproximadamente 20% da safra. Procurado, o Ministério da Agricultura informa que "o governo está estudando a criação de um fundo de aval solidário, para ajudar os produtores a ter acesso ao refinanciamento das dívidas".

Sobre a hipótese de aumento dos preços, a Pasta afirma que "as conversas com o setor são diuturnas e estamos avaliando todas as possibilidades". O cenário se torna ainda mais árido para os agricultores devido à perda de mercado para o cereal importado do Uruguai e do Paraguai. Neste caso, o governo brasileiro tem pouco a oferecer aos produtores no curto prazo.

Por força de acordos no âmbito do Mercosul, o arroz produzido nos países vizinhos entra no Brasil sem tributação. O Ministério da Agricultura diz que o governo "está estimulando o setor a buscar acordos para o disciplinamento das exportações do produto do Mercosul", como forma de reduzir o impacto sobre o mercado doméstico (Relatório Reservado, 26/3/19)