Produtores de arroz fervilham na panela do governo Bolsonaro
Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul, escoltados pela bancada ruralista, cobram do Ministério da Agricultura o aumento do preço mínimo fixado para o produto, hoje de R$ 36,33 a saca de 50kg. A temperatura vai subir a partir desta semana, no rastro da miniquebra da safra gaúcha causada pelas fortes chuvas.
Uma comitiva de agricultores e parlamentares deverá ter uma nova reunião com a ministra Tereza Cristina. Houve um primeiro encontro no fim de fevereiro, que saiu do nada e não chegou a lugar algum. Também estão sendo articuladas manifestações em cidades do Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção do cereal no país.
Estima-se que os agricultores locais terão um prejuízo da ordem de R$ 450 milhões com a perda de aproximadamente 20% da safra. Procurado, o Ministério da Agricultura informa que "o governo está estudando a criação de um fundo de aval solidário, para ajudar os produtores a ter acesso ao refinanciamento das dívidas".
Sobre a hipótese de aumento dos preços, a Pasta afirma que "as conversas com o setor são diuturnas e estamos avaliando todas as possibilidades". O cenário se torna ainda mais árido para os agricultores devido à perda de mercado para o cereal importado do Uruguai e do Paraguai. Neste caso, o governo brasileiro tem pouco a oferecer aos produtores no curto prazo.
Por força de acordos no âmbito do Mercosul, o arroz produzido nos países vizinhos entra no Brasil sem tributação. O Ministério da Agricultura diz que o governo "está estimulando o setor a buscar acordos para o disciplinamento das exportações do produto do Mercosul", como forma de reduzir o impacto sobre o mercado doméstico (Relatório Reservado, 26/3/19)