10/03/2025

Produtores do MA obtêm vitória na Justiça contra taxas de exportação

Produtores do MA obtêm vitória na Justiça contra taxas de exportação

Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) tem potencial para arrecadar R$ 600 milhões em exportação. Foto Fernando Martinho

 

Tribunal de Justiça do Estado concedeu liminar favorável em Ação Civil que questiona taxa de 1,8% sobre todos os grãos que forem exportados viaTerminal de Grãos do Maranhão.

 

O Tribunal de Justiça do Maranhão concedeu liminar em favor de uma Ação Civil Coletiva para impedir o governo do Estado de cobrar uma taxa de 1,8% sobre todos os grãos que forem exportados pelo Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram).

 

A Ação Civil foi movida pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Maranhão (Aprosoja MA), que em nota reiterou a inconstitucionalidade da Contribuição Especial de Grãos (CEG) instituída pela Lei Estadual nº 12.428/2024, que entrou em vigor no dia 23 de fevereiro.

 

Ainda de acordo com a entidade, em sua decisão, proferida no dia 28 de fevereiro, o Juiz Osmar Gomes dos Santos, Titular da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Luís, deu prazo de 15 dias para que o Estado apresentasse a sua defesa.

 

Para o presidente da entidade, José Carlos Oliveira de Paula, até o momento foi uma vitória parcial dos produtores de soja do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, Goiás e Mato Grosso, que exportam pelo Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram).

 

“O juiz ainda não julgou o mérito, mas deu prazo de 15 dias ao Estado apresentar sua defesa e para não haver cobrança indevida de tributos dos associados da Aprosoja Maranhão, sob pena de multa diária de 100 mil reais. Estamos em alerta em relação a isso”, afirmou.

 

De acordo com estimativas baseadas na movimentação de exportação do Estado em 2024 pelo Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), o valor potencial total arrecadado pode superar os R$ 600 milhões, dos quais R$ 550 milhões são oriundos da soja.

 

Deste montante, 70% do total arrecadado tem origem nos estados do Tocantins (R$ 137 mi), Piauí (R$ 109 mi), Mato Grosso (R$ 98 mi), Bahia (R$ 80 mi) e Goiás (R$ 1,5 mi).

 

“Isso é recurso que deixará de circular na economia dos municípios e prejudicará a demanda nos postos de gasolina, borracharia, restaurantes, supermercados. São postos de empregos que serão fechados e a qualidade de vida da população maranhense que piorará”, ressaltou José Carlos de Paula.

 

A disputa entre exportadores do Maranhão e a justiça ainda pode ter novos desdobramentos. Além da Aprosoja, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Amaggi, Louis Dreyfus Company (LDC) e ALZ Grãos acionaram a Justiça do Estado em três processos (Globo Rural, 8/3/25)