10/01/2018

Projeto Etanol Experience na Fórumula Indy serviu para lavagem de dinheiro

Projeto Etanol Experience na Fórumula Indy serviu para lavagem de dinheiro

 

Investigação aponta que Ricardo Villani, empresário de propaganda e marketing, recebeu R$ 3,4 milhões do esquema de corrupção instalado na Petrobrás.


A Polícia Federal indiciou o empresário Ricardo Marcelo Villani, dono da agência de propaganda e marketing Muranno Brasil, que teria sido contratada pela Petrobrás com dinheiro não contabilizado. Investigado na Operação Lava Jato, o executivo é suspeito de lavagem de R$ 3.474.440,50.

 

“Pelas provas colhidas nos autos, formalizou-se a indiciação de Ricardo Marcelo Villani, prática do crime previsto no artigo 1.º da Lei nº 9.613/1998, tendo como crime antecedente os crimes de corrupção passiva cometidos na Diretoria de Abastecimento por Paulo Roberto Costa”, afirmou o delegado Ivan Ziolkowski, da Polícia Federal.

A investigação contra o empresário foi aberta em 16 de julho de 2014, após ele ter sido citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef em delação premiada. O inquérito foi encerrado em 15 de dezembro de 2017.

 

Em depoimento, Villani relatou que desenvolveu o projeto Etanol Experience para divulgação do combustível em corridas de Fórmula Indy, nos Estados Unidos. Segundo o empresário, ele montava áreas com bares, buffet, simuladores de corrida para que os convidados pudessem conhecer o etanol.

O executivo narrou à Lava Jato que teve ‘dificuldades em receber os valores devidos, em torno de R$ 7 milhões’. Segundo Vilanni, depois de conversar com Paulo Roberto Costa recebeu uma ligação de Alberto Youssef ‘que lhe prometeu pagar R$ 1,5 milhão’ e confirmou ainda um pagamento de  R$ 1,795 milhão.

Paulo Roberto Costa disse, em delação, que pediu para o doleiro quitar a dívida com a Muranno. O ex-dirigente da estatal declarou que atuou para o pagamento da empresa sob ordens do ex-presidente da companhia José Sérgio Gabrielli.

Relatório da PF aponta que Ricardo Villani controla também outras quatro empresas: Mistral Comunicação, Biogerar Gestão Ambiental, SE5 Inteligência Ambiental e Keep Marketing Brasil.

Os investigadores detectaram que a Muranno recebeu R$ 2.609,440,50 de duas empresas ligadas a Youssef e de uma empreiteira alvo da Lava Jato. As outras quatro, afirma o documento, levaram R$ 865 mil de empresas do doleiro.

“Todos esses recursos foram pagos com recursos desviados da Petrobrás em contabilidade paralela coordenada por Paulo Roberto Costa”, registrou o delegado.

De acordo com a Federal, o empresário não comprovou as atividades no Projeto Etanol Experience. O delegado anotou que Ricardo Villani ‘limitou-se a oferecer mera apresentação do projeto’.

“Deveria ter apresentado comprovantes das despesas realizadas no Brasil e/ou no exterior, trocas de mensagens com fornecedores, prestação de contas, comprovante de pagamentos a fornecedores, entre outros. Ou seja, o ‘grande contratador’ (Ricardo Villani) não apresentou um documento que comprovasse os gastos efetivados nos Estados Unidos para conduzir o projeto do etanol brasileiro, que segundo Ricardo, foram quase R$ 7 milhões”, narrou Ivan Ziolkowski.

COM A PALAVRA, RICARDO VILLANI

A reportagem entrou em contato com a defesa do empresário Ricardo Villani, que informou que vai se manifestar no processo.

COM A PALAVRA, GABRIELLI

Em depoimento no inquérito, o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli negou à Polícia Federal que tenha dado ordem para que a agência de publicidade Muranno Brasil Marketing fosse paga.

“Indagado se já recebeu cobranças ou pressões de Ricado Marcelo Villani (dono da Muranno) no sentido de que o mesmo iria denunciar o pagamento de vantagens indevidas feitas em beneficio do PT, o declarante (Gabrielli) afirma que jamais recebeu qualquer tipo de cobrança ou pressão”, afirmou o ex-presidente da Petrobrás, em depoimento prestado à PF no dia 9 d dezembro de 2015 (Estadão.com, 9/1/18)


Etanol brasileiro na Indy, biocombustível é usado na competição desde 2009

De acordo com os pilotos Bia Figueiredo e Vitor Meira, o presidente Lula ressaltou a importância não só econômica como ambiental do uso do biocombustível na competição. "Esse foi o primeiro contato do presidente com a Fórmula Indy. Ele ficou interessado em saber como é a categoria, sobre o uso do etanol brasileiro, que é muito importante para o país", afirmou Bia Figueiredo, referindo-se ao destaque dado pelo presidente à divulgação da tecnologia nacional em todo o mundo, pela categoria. Estima-se que pelo menos 8 000 litros do combustível de cana-de-açúcar sejam utilizados por temporada.

Comitiva com os pilotos Hélio Castroneves, Tony Kanaan, Bia Figueiredo, Vitor Meira, Mario Romancini, Mario Moraes e Raphael Matos e do presidente da Fórmula Indy, Terry Angstadt. O presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Cleyton Pinteiro, e o representante brasileiro da Indy Racing League, Carlos Gancia, também integraram o grupo.

O Presidente Lula foi presenteado com um capacete e com a credencial número 01 do evento, a prova que acontece nos dias 13 e 14 de março abrirá a temporada de 2010 da de Fórmula Indy, e rola na região do sambódromo de São Paulo. Estimasse cerca de 45 000 pessoas nas arquibancadas do evento, que reafirma a importância do Brasil no cenário internacional do automobilismo (Tribunow)