Queda de preços faz produtor colocar menos recurso na soja
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Volume financeiro para custeio em Mato Grosso recua para R$ 50,4 bilhões.
Com queda nos preços dos insumos básicos para a produção, como fertilizantes, agroquímicos e sementes, o volume de recursos necessários para o custeio da safra de soja de 2023/24 de Mato Grosso caiu para R$ 50,4 bilhões, 16% a menos do que em 2022/23.
É uma safra que, devido à redução dos preços da soja nos mercados interno e externo, levou o produtor a colocar menos recurso próprio para cobrir as despesas e a buscar outros meios de captação de dinheiro.
Dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) indicam que a participação dos agricultores, em relação ao total geral que será gasto na safra, recuou para 31,6%, abaixo dos 33% de 2022/23.
Já bancos com recursos federais e revendas elevaram a presença no fornecimento. Multinacionais e o sistema financeiro tiveram participação menor.
Segundo o Imea, os produtores de Mato Grosso vão destinar R$ 15,9 bilhões de seus bolsos para o custeio da safra de soja. Na anterior, haviam desembolsado R$ 18,9 bilhões.
Nesta safra, os gastos com fertilizantes e corretivos recuaram 25,5%, em relação aos da anterior, e o custo das sementes foi 19,7% menor.
Embora os custos sejam menores, esta será uma safra cara, segundo Cleiton Gauer, superintendente do Imea. Os gastos médios recuam para R$ 4.124 por hectare, abaixo dos R$ 4.910 de 2022/23, mas ainda são bem superiores aos das safras anteriores.
A área de plantio fica estável em 12,13 milhões de hectares no estado, mas a produção tem retração de 7%, caindo para 42,1 milhões de toneladas. O consumo no estado sobe para 13,6 milhões.
Com queda da oferta e aumento do consumo, as exportações devem recuar para 25,8 milhões de toneladas, 8% a menos, prevê o superintendente do Imea (Folha, 15/12/23)