Quem é Temple Grandin, a mulher autista que revolucionou o bem-estar animal
Temple Grandin Foto Blog Colorado State University
Por Carmen Perez
Referência global, ela segue inspirando pessoas aos 75 anos de idade com seu trabalho de conscientização.
Quero falar sobre pessoas especiais e sua contribuição para o mundo, em particular para a produção de alimentos. Entre elas, uma das pessoas mais geniais chama-se Temple Grandin, uma norte-americana nascida em 1947 e que é referência em bem-estar animal.
Com autismo, ela não teve uma infância fácil. Mas o contato com os animais mudaria sua vida e, posteriormente, também a vida de muitos animais. Isso porque ela tem uma mente que enxerga de forma diferente da maioria dos seres humanos. E ela soube transformar em uma habilidade prática, que também transformou os nossos trabalhos dentro do campo.
Como resultado, os desenhos de suas instalações são referências mundiais no tema bem-estar animal, modificando os currais de fazendas e empresas frigoríficas.
Isso para que os animais não passem por sofrimento. É dela a frase “o animal merece ter a melhor vida que possa ser vivida”. Por enxergar por imagem, ela (Temple Grandin) tem outra percepção de detalhes que a maioria de nós não enxerga ou não prevê.
Também com muito incentivo de sua mãe, na década de 1970, ela começou a estudar bem-estar animal. E enfrentou muitos preconceitos: o de ser mulher, o do bem-estar animal e também por ser autista. Com certeza, ela é uma mulher que inspira por seu poder de superação e transformação.
Ela personifica a importância de contarmos com a diversidade de pessoas e pensamentos, para que juntos seja possível a transformação do mundo. Eu acredito cada vez mais nisso: Temple Grandin é um exemplo de mulher que aos 75 anos segue ainda fazendo a diferença para a vida de muitos animais e, principalmente, das pessoas (Carmen Perez é pecuarista e entusiasta das práticas do bem-estar animal na produção animal. Há 14 anos, trabalha intensivamente a pesquisa na fazenda Orvalho das Flores, no centro-oeste do Brasil, juntamente com o Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal e universidades internacionais. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) em 2017/2018; Forbes, 16/5/23)