“Quem ofender produtos brasileiros terá resposta à altura”,afirma ministro
CARLOS FAVARO-Foto Joédson Alves - Agência Brasil
O ministro reforçou que o episódio Carrefour está superado e o Brasil segue aberto ao diálogo sobre sustentabilidade, rastreabilidade e boas práticas agrícolas
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, alertou nesta terça-feira, 26, que qualquer tentativa de desmerecer a produção agropecuária do Brasil será enfrentada com firmeza. “Quem quiser ofender a qualidade dos produtos brasileiros terá resposta à altura, como o Carrefour francês”, afirmou a jornalistas durante evento em São Paulo.
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Segundo o ministro, o presidente global do Carrefour, Alexandre Bompard, retratou-se com o país no ponto mais importante, “onde ele diz que o Brasil cumpre as normas, tem qualidade, tem sabor, é produto de qualidade”.
Para Fávaro, o caso Carrefour é um “episódio superado”, que deixa um legado. Além disso, ele ressaltou a relevância da rede para a economia brasileira, com sua ampla presença no mercado e parcerias com produtores locais.
O ministro reforçou que o Brasil está aberto ao diálogo sobre sustentabilidade, rastreabilidade e boas práticas agrícolas, mas não aceitará que críticas infundadas prejudiquem a imagem do agronegócio nacional. Nesse sentido, ele enfatizou a postura das entidades do setor e os empresários que “prontamente tiveram uma posição altiva com relação à carta infeliz do presidente global do Carrefour”.
Liderança global no fornecimento de alimentos
Em sua fala, Fávaro destacou a liderança mundial do Brasil no fornecimento de diversos alimentos, como carnes bovina, suína e de aves, além de produtos como soja, algodão e cana-de-açúcar. O ministro comentou também sobre o avanço nas discussões em relação ao desenvolvimento de um programa nacional de rastreabilidade da cadeia pecuária.
“Terminamos agora um acordo entre pecuaristas, através da CNA [Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil], todas as indústrias da carne, Ministério da Agricultura, para um grande programa de rastreabilidade da cadeia pecuária, da pecuária bovina brasileira”, disse Fávaro. “Isso vai dar mais segurança e transparência aos nossos consumidores do mundo afora e também aos brasileiros”, complementou.
Acordo Mercosul e União Europeia
A resistência da França em relação ao acordo Mercosul-União Europeia também foi tratada pelo ministro. Segundo Fávaro, o desfecho do acordo estava muito próximo, com expectativa de formalização no encontro da cúpula do Mercosul, que ocorre no dia 6 de dezembro, no Uruguai.
O ministro afirmou que, apesar dos obstáculos colocados por alguns setores franceses, a negociação para o acordo está avançando. “Acho que isso é um momento em que estão tentando evitar a assinatura do acordo. Agora, precisamos ver se a França vai conseguir sozinha segurar aquilo que toda a comunidade europeia e o Mercosul querem”, enfatizou ao relembrar que, além do Carrefour, recentemente, dirigentes da Danone francesa e da Tereos também se manifestaram contrárias ao acordo.
Especificamente em relação a fala do CEO do grupo Tereos, Oliver Leducq, segunda maior empresa produtora mundial e nacional de açúcar, o ministro esclareceu que a companhia não é obrigada a comprar produtos brasileiros. Entretanto, “no momento que ele passar o risco no chão dizendo que os produtos brasileiros não têm qualidade, ele terá a mesma resposta que o senhor do Carrefour teve”, avisou Fávaro.
Nesta terça-feira, 26, diante das repercussões negativas, Leducq também fez uma nova publicação em seu perfil no LinkedIn. Ele disse que não houve a intenção de criticar a agricultura brasileira, mas precisam defender os interesses e rendimentos dos agricultores franceses (Estadão, 27/11/24)