Raízen deixará de produzir E2G na planta de Piracicaba
Planta de E2G em Guariba (SP) é agora a única da Raízen em operação. Foto Raízen Divulgação
Empresa tem mais uma unidade de etanol de segunda geração operacional, duas em comissionamento e duas em construção
A Raízen anunciou na sexta-feira (17) que vai parar sua produção de etanol de segunda geração (E2G) na Usina Costa Pinto, em Piracicaba (SP). A planta, a primeira de produção de etanol celulósico do grupo, será dedicada a partir de agora apenas a testes e “futuros desenvolvimentos” do biocombustível, segundo comunicado da empresa ao mercado.
Planta foi um marco
A planta de Piracicaba tem uma capacidade para produzir 30 milhões de litros de E2G ao ano e começou a operar na safra 2014/15. Foi nela que a Raízen desenvolveu suas próprias tecnologias para lidar com a biomassa lignocelulósica do bagaço da cana-de-açúcar.
A companhia desenvolveu, por exemplo, materiais e ligas de aço mais resistentes para suportar as impurezas minerais que vinham do solo junto com o bagaço. Também desenvolveu equipamentos, como uma "lavadora" de impurezas da biomassa.
A Raízen ainda desenvolveu, em parceria com empresa de biotecnologia, uma levedura transgênica capaz de quebrar as moléculas da biomassa da cana que têm cinco átomos de carbono (C5), e que são mais difíceis de serem quebradas do que as moléculas de carbono do caldo da cana.
Essas inovações foram patenteadas e permitiram que a companhia iniciasse seu plano de investimentos em novas plantas de E2G. Quando realizou seu IPO na B3, atraiu investidores com o argumento de que usaria os recursos para construir 20 plantas de E2G, além de unidades de biogás.
Status do E2G
O anúncio reforça o momento de redimensionamento do projeto de E2G dentro da Raízen desde que o ex-CEO Ricardo Mussa saiu do cargo e foi substituído por Nelson Gomes. Em novembro, a "Bloomberg" informou que a empresa estaria buscando um sócio para uma de suas unidades de etanol celulósico.
Até o momento, a Raízen já construiu uma segunda planta de E2G em Guariba, anexa à Usina Bonfim, que já está operacional, e está comissionando as plantas de etanol celulósico anexas às Usinas Univalem e Barra. No comunicado divulgado na sexta-feira, a Raízen informou que essas duas unidades começarão a operar após obtenção das autorizações necessárias.
Há ainda outras duas unidades em construção. Na semana passada, a companhia obteve uma aprovação junto ao BNDES de R$ 1 bilhão para financiar a construção, já em curso, de uma delas, em Andradina (SP) (Globo Rural, 20/1/25)