Raízen e Biosev negociam operação que pode mudar setor sucroalcooleiro
Joint venture de Shell e Cosan negocia aquisição de empresa da trading francesa Louis Dreyfus, criando um gigante de mercado.
Uma operação que pode transformar o mercado sucroalcooleiro está bem próxima de ocorrer.
A Biosev (BSEV3), produtora de açúcar, etanol e energia da trading francesa Louis Dreyfus, está próxima de ser adquirida pela Raízen, joint venture da Shell e a Cosan (CSAN3).
Em fato relevante divulgado na noite de quinta-feira (29), a Biosev informou que caso a operação seja implementada, ela se transformará em uma subsidiária da Raízen, com seus acionistas recebendo uma participação minoritária.
As partes já submeteram os termos da potencial transação para a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para ver se há questões concorrenciais.
O que falta?
Segundo fonte ouvida pelo jornal “Valor Econômico”, as negociações avançaram nos últimos dias, mas ainda há duas questões que precisam ser resolvidas.
Uma é encontrar uma solução para a dívida da Biosev, que soma R$ 7,6 bilhões. A outra é o destino a ser dado ao Terminal Exportador de Açúcar do Guarujá (Teag), que a subsidiária da Louis Dreyfus opera com a Cargill.
A Raízen é líder do setor sucroalcooleiro do País, com a Biosev sendo vice-líder do mercado até a safra passada, de acordo com o "Valor Econômico". A aquisição deve reunir sob um só teto mais de 100 milhões de toneladas em capacidade instalada, o equivalente a 15% da moagem de cana do Centro-Sul.
Se concretizada, a Raízen elevará sua participação de mercado para 13% (SeuDinheiro, 29/1/21)