Raízen e Mubadala disputam BP Bunge em rodada final de ofertas
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A brasileira Raízen e a investidora estatal dos Emirados Árabes Unidos Mubadala estão na rodada final de uma disputa para adquirir a joint venture brasileira de açúcar e etanol BP Bunge Bioenergia, a terceira maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
Não há outros interessados na segunda rodada de ofertas, e as propostas anteriores de outras empresas foram desqualificadas, disse a fonte, pedindo anonimato para divulgar conversas privadas.
Os acionistas BP PLC e Bunge Ltd decidiram negociar com ambos os licitantes em uma segunda fase porque a diferença entre suas propostas era muito pequena, segundo a fonte.
Embora o negócio esteja em sua fase final, não há um prazo claro para um acordo, nem uma garantia de que uma venda será fechada.
BP e Mubadala não comentaram imediatamente o assunto. A Raízen –joint venture entre a Shell e Cosan–, recusou-se a comentar. A Bunge disse que continua avaliando opções para sair de sua participação na empresa de açúcar e etanol.
A Bunge acrescentou que o negócio não é o núcleo de sua estratégia geral.
A Bunge vem tentando desinvestir em suas usinas de etanol no Brasil há algum tempo. Em 2018, considerou brevemente uma oferta pública inicial, mas no ano seguinte criou uma joint venture com a BP.
O jornal Valor Econômico informou na terça-feira sobre a venda e o interesse de Mubadala e Raízen.
A BP Bunge Bioenergia possui 11 unidades produtoras com capacidade de moagem de cana de 33 milhões de toneladas. O negócio pode valer 1,8 bilhão de dólares, considerando 55 dólares por tonelada de capacidade de moagem.
A fonte não quis comentar sobre o valor do negócio.
Este seria o primeiro investimento da Mubadala em etanol no Brasil. O investidor do Oriente Médio possui nos EUA a Enviva Partners, que produz cerca de 5 milhões de toneladas de pellets de madeira usados por empresas na Europa e no Japão para geração de energia em substituição ao carvão.
A Raízen, que já é a maior produtora de etanol do país, com 106 milhões de toneladas de capacidade de moagem de cana-de-açúcar, consolidaria sua liderança (Reuters, 10/8/22)
BP Bunge Bioenergia, avaliada entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões, é colocada à venda
LOGOS RAÍZEN E MUBADALA
A companhia J. P. Morgan irá assessorar a BP Bunge na transação. Empresas como a Mubadala e a Raízen são algumas das interessadas pela compra da joint venture de açúcar e etanol.
O jornal Valor Econômico divulgou, nesta terça-feira (dia 9), que a petroleira britânica BP e a negociadora de commodities norte-americana Bunge resolveram colocar à venda a sua joint venture brasileira de açúcar e etanol, a BP Bunge Bioenergia.
Conforme a reportagem, o fundo Mubadala, da cidade de Abu Dhabi, e a empresa brasileira de energia Raízen são alguns dos interessados em adquirir a BP Bunge. A Raízen, inclusive, já havia até mesmo avaliado os ativos da Bunge anteriormente, contudo as negociações não alavancaram.
As fontes ouvidas pelo Valor Econômico destacaram, ainda, que os acionistas da BP Bunge consideram também a venda dos ativos de maneira separada.
A J.P. Morgan será a companhia responsável por assessorar a BP Bunge durante o processo de venda. Segundo a matéria, foi apurado pela empresa que os ativos da joint venture de açúcar e etanol estão avaliados entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões (US$ 1,96 bilhão). A análise mostra, ainda, que esta quantia leva em conta um valor entre US$ 55 e US$ 60 por tonelada de cana moída.
Ao Valor Econômico, a Bunge enviou uma nota na qual afirma que permanece analisando alternativas para abandonar a sua participação firmada na joint venture de açúcar e etanol. Além disso, a negociadora declarou também que está satisfeita com o desempenho das operações, porém os ativos não são fundamentais para a estratégia geral de seus negócios.
BP e Raízen se recusaram a comentar a respeito do andamento dos negócios em questão
As empresas BP e Raízen recusaram-se a comentar sobre o tema quando procuradas pela Reuters. A Bunge, a Mubadala e a J. P. Morgan, por sua vez, não deram resposta imediata aos pedidos de comentários enviados por e-mail.
As fontes consultadas pelo Valor esclareceram também que o processo de venda da BP Bunge está ainda em fase de propostas não-vinculantes, ou seja, as empresas estão recebendo ofertas, como da Raízen ou da Mubadala, porém não há contrato de exclusividade entre as partes. Ademais, a reportagem cita também que o negócio não deve ser concluído antes das eleições, que ocorrerão em outubro deste ano.
Por fim, os indivíduos ouvidos expuseram, ainda, que, de início, somente a Bunge pretendia vender a sua participação na joint venture, equivalente a 50% do negócio. No entanto, durante os últimos dois meses, a BP tem demonstrado interesse em também sair da parceria.
A BP e a Bunge divulgaram o seu acordo para a criação da joint venture de açúcar e etanol há cerca de três anos, em 2019. A parceria promove o gerenciamento de 11 usinas, cuja capacidade total de moagem é de 32,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Na temporada 2021/2022, a receita operacional líquida da empresa foi de R$ 7,2 bilhões, enquanto o lucro líquido foi de cerca de R$ 1,7 bilhão.
Sobre a BP Bunge Bioenergia
A BP Bunge Bioenergia é uma empresa jovem, criada no mês de dezembro de 2019, através da união dos negócios de açúcar e etanol dos grupos BP e Bunge no Brasil. A companhia atua em todo o processo produtivo e também na venda de bioenergia e de açúcar, provenientes da cana-de-açúcar. Destaca-se, ainda, por contribuir para a transição energética no país (Click Petróleo e Gás, 10/8/22)