03/11/2020

Raízen e RWE estudam uso de pellets de bagaço para energia na Europa

Raízen e RWE estudam uso de pellets de bagaço para energia na Europa

Raízen fechou uma parceira com a alemã RWE, uma das maiores geradoras de energia elétrica da Europa, para o desenvolvimento de projetos termoelétricos abastecidos com pellets de bagaço da cana-de-açúcar, que podem substituir o carvão na geração termoelétrica.

Os testes deste novo produto estão sendo realizados em Geertruidenberg, na Holanda, na usina Amer da RWE. O objetivo é comprovar a viabilidade da utilização em larga escala dos pellets de bagaço em usinas a carvão convertidas para biomassa, afirmou a Raízen, nesta sexta (30).

“Estamos focados em explorar o potencial do biomassa como matéria-prima sustentável através da criação de novos produtos e da adoção de novas tecnologias nos nossos negócios”, afirma Raphaella Gomes, diretora de Transição Energética e Investimentos Renováveis da Raízen. A empresa é uma sociedade entre a Cosan e a Raízen.

O Brasil é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do mundo, com 590,36 milhões de toneladas processadas na safra 2019-2020. A biomassa representa aproximadamente 8% da matriz energética nacional.

Nos Países Baixos, estima-se que haverá escassez de geração de energia renovável e despachável nos próximos anos. No projeto, serão avaliados aspectos técnicos como logística, armazenamento, incineração e as emissões dos pellets de bagaço. A iniciativa conta com o apoio da Solidariedad, organização especializada no desenvolvimento de cadeias de produção sustentáveis.

O mercado internacional é uma aposta da Raízen para exportação de pellets. Em dezembro do ano passado, o então CEO da Raízen, Luis Henrique Guimarães, afirmou à epbr que a empresa via um interesse crescente em mercados europeus e asiáticos por soluções para substituição do carvão.

“[A aposta] É saber como você transporta a biomassa, que é um produto caro para transportar por conta da sua complexidade, em um produto mais otimizável. O que a gente está fazendo é a transformação do bagaço e da palha em pellets para transportar para mercados mais distantes”, afirmou. Atualmente, o executivo preside a Cosan.

De lá para cá, a companhia já exportou 40 mil toneladas de pellets de bagaço em 2020, de uma capacidade de produção de 100 mil toneladas anuais. Ao todo, a companhia tem 26 unidades de produção de açúcar, etanol e bioenergia (EPBR, 30/10/20)