Raízen enfrenta concorrência da Cosan em IPO
A Raízen está enfrentando concorrência de sua controladora, a Cosan, em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), com a qual pretende levantar até R$ 10 bilhões. Muitos investidores não têm visto sentido em entrar na oferta da Raízen, uma vez que já tem Cosan, negociada em Bolsa, em suas carteiras.
Além disso, a Cosan é considerada uma empresa ‘pronta’, enquanto as metas da Raízen têm sido consideradas ambiciosas demais. Entre outras coisas, ela teria de construir 20 novas usinas e chegar a 5 mil novas lojas de conveniência, mesmo sem experiência de varejo, em dez anos.
Como consequência, a expectativa é de que a oferta saia com a ação perto do menor valor pedido pelo preço da ação, que ficou entre R$ 7,40 e R$ 9,60. A empresa já tem demanda suficiente para fazer a oferta. Com isso, o montante captado pela Raízen deve ser menor – e não deve alcançar os R$ 10 bilhões.
Empresa aposta em agenda ESG
O processo de venda das ações da companhia está marcado para terça-feira. A companhia tem buscado o apelo da sustentabilidade para atrair investidores, entre os quais fundos estrangeiros dedicados à temática ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança) e fundos que investem em empresas em transformação de sua matriz energética e emergentes.
Já gestores locais têm reclamado dos múltiplos do IPO, considerando os preços elevados. Por isso, o esforço de venda da operação tem sido mais intenso lá fora, para atrair um investidor mais específico. As empresas não podem se manifestar porque estão em período de silêncio (Broadcast, 30/7/21)