14/05/2024

Raízen fecha 4T24 com prejuízo ajustado de R$ 178 milhões

Raízen fecha 4T24 com prejuízo ajustado de R$ 178 milhões

(Imagem  Facebook/ Raízen)

Adeus, 2024: Enquanto outros setores divulgam números do 1T24, Raízen (RAIZ4) já está no quarto trimestre de 2024 

Por Márcio Juliboni

Raízen (RAIZ4) fechou seu quarto trimestre de 2024 (4T24), que corresponde ao período de janeiro a março do ano-safra, com prejuízo líquido ajustado de R$ 178 milhões. Com isso, reverte o lucro líquido ajustado de R$ 2,5 bilhões que obteve no 4T23 (janeiro a março de 2023). O desempenho também ficou abaixo do consenso de mercado da Bloomberg, que apontava um lucro de R$ 839 milhões para o 4T24.

Segundo o release de resultados divulgado nesta segunda-feira (13), a receita líquida consolidada somou R$ 53,7 bilhões no 4T24, ante os R$ 54,9 bilhões do mesmo período do ano-safra passado. O ebitda ajustado alcançou R$ 3,7 bilhões, com queda de 4,4% sobre os R$ 5,9 bilhões gerados no 4T23.

No release de resultados desta segunda-feira (13), a Raízen atribui a piora da última linha do balanço às maiores despesas financeiras e aos impostos, que têm apenas efeito contábil. O custo da dívida bruta caiu 9% na comparação com um ano antes, parando em R$ 1,1 bilhão. Considerando-se os rendimentos de aplicações financeiras, o custo da dívida líquida recuou ainda mais, 21,1%, para R$ 917,7 milhões.

Um dos grandes problemas foi o saldo negativo de outros encargos e variações monetárias. Essa linha ficou negativa em R$ 400 milhões. No mesmo período do ano passado, veio positiva em R$ 84 milhões.

Segundo a Raízen, essa deterioração “reflete principalmente a desvalorização cambial na Argentina equivalente a R$ 75 milhões no 4T e R$ 883 milhões no ano, além de efeitos da variação cambial e resultados de derivativos não designados para hedge accounting sobre empréstimos e financiamentos, bem como outras despesas.”

Prévia operacional deixa analistas cautelosos

 

 

Em 23 de abril, a Raízen divulgou sua prévia operacional. Os números deixaram os analistas cautelosos. Para a XP Investimentos, por exemplo, a prévia da Raízen adicionou mais riscos de queda do que de alta aos resultados da companhia. A corretora espera uma pressão negativa para ação.

Segundo os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, apesar da estratégia da companhia de carregar maiores estoques de etanol se mostrar assertiva, os volumes do 4T24 foram inferiores às estimativas. A Raízen fechou a safra 2023/24 (abril/março) com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladas, alta de 15% na comparação com a temporada anterior (Money Times, 13/5/24)


Raízen prevê R$ 11,5 bi em investimentos para safra de 2024-25

Raízen (RAIZ4) prevê investir entre R$ 10,5 bi e R$ 11,5 bi na safra de 2024 e 2025, mostra documento enviado ao mercado nesta segunda-feira (13).

Para se ter uma base, a empresa investiu R$ 12,665 bilhões na safra passada, de 2023 e 2024.

Segundo a empresa, o investimento inclui dois segmentos: renováveis e açúcar e mobilidade.

No primeiro, a Raízen dará manutenção do patamar dos investimentos recorrentes em canaviais, composto pela redução da área de plantio e trato, em consonância com o estágio atual da jornada de recuperação da produtividade agrícola, que permitirá absorver completamente os efeitos inflacionários.

No caso da mobilidade, a empresa prevê renovações e expansão de contratos da rede, ampliação e otimização da infraestrutura logística e conclusão dos investimentos já programados na refinaria da Argentina.

A empresa espera ainda um Ebitda ajustado de R$ 14,5 bilhões a R$ 15,5 bilhões no período (Money Times, 13/5/24)